AUXILIARES DO PODER!

Neste mundo narcisista, os Seres se digladiam à procura do apogeu, o fazendo, na maioria das vezes, calcando nos “andares de baixo” os seus auxiliares mais humildes, evitando, assim, que os acompanhem, lado a lado, até o patamar almejado. Os considerando, erroneamente, como transtornos ao seu deslocamento para o ápice, todavia, os explorando até o âmago, durante a trajetória pretendida.

Ao derredor, toda a miscelânea da platéia, só admira o Poderoso na sua escalada aos píncaros, enquanto, no esquecimento com descaso, os seus ajudantes ficam, apenas, no labor sem a premiação merecida.

Os Auxiliares, tal e qual, as ordenanças, só ficam no ostracismo, no entanto, apesar de secundários, estão, sempre, na defesa do Poderoso, ferindo a quem queira atacá-lo ou, belicosamente, Dele se aproximar.

Quando ocorre falha na escalada ao auge, e o Poderoso vacila, o Auxiliar o acompanha esperando a derrota sem reclamar pela desdita. Unido ao Chefe, sabe da bancarrota iminente, sem reclames ou desespero, se sacrificando junto Poderoso que, na certa, fora subjugado por outros alpinistas que o sobrepujou destruindo!

De poderio financeiro, didático e de boa apresentação, ambos, convivem no mesmo itinerário e espaço, o Poderoso difundindo o seu potencial agregado a Ele e, o seu ajudante, limitando-se a cumprir ordens, ferindo aos que lhe colocam obstáculos ao prosseguir.

Durante a subida, o poderoso se dava ao luxo de amenizar o seu físico com a sua capacidade financeira, enquanto o Auxiliar, cumprindo ordens, o defendia ferindo ao agressor, porém, malgrado a chegada ao ápice pretendido, ficando na roda-pé da vida à espera do desenrolar dos seus destinos.

Oh! Humanos... Desumanos! Raça Racional... Irracional! Por qual razão pisoteias os seus Auxiliares, frutos da mesma raiz, os calcando sob as suas botas para o “andar de baixo”! Ao em vez de dar-lhes as mãos, os amparando, para, juntos, galgarem o patamar pretendido?

Vocês deveriam espelhar-se no exemplo da Rosa e seus Espinhos, nos moldes do meu inédito poema, a seguir:

O ESPINHO E A ROSA!

O espinho é guardião

Da rosa que o coroa,

É considerado percalço

Na proteção da flor.

Toda a admiração

É dirigida a bela rosa,

Enquanto no ostracismo,

O espinho é esquecido.

Como a sua linda protegida

É inerte ao todo movimento,

Limita-se a ferir o incauto

Que, ávido, toca-o na haste.

Quando o caule vai à jarra,

Ostentando a linda flor,

O espinho o acompanha...

À espera da morte certa.

Interligados, irão morrer

Na bela jarra de prata,

Condenados pelo homem

Que a tudo destrói em vão!

A rosa sempre perfuma a pele

Enquanto o espinho arranha,

Juntos, embelezam o jardim...

Até que os Homens os apanhem!

De naturezas diferentes

Convivem no mesmo caule,

Um, perfumando o ambiente,

O outro... Ferindo o invasor!

Sebastião Antônio Baracho.

conanbaracho@uol.com.br

Fone: (31) 3846-6567.

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 26/02/2008
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