o dia em que pintaram o céu de cinza.

O amor é uma coisa muito engraçada. Certo dia, o danado me pregou uma peça; daquelas em que tudo dá tão errado, que o céu muda de cor.

Era uma quinta feira qualquer. Estava no telefone ouvindo uma voz bem baixa no telefone dizendo que estava com saudades; daí pra frente, ouvia somente o choro e um 'até logo' que custou a sair. Fiquei preocupado, afinal, não era a primeira vez naquela semana que ouvia chororô ao telefone. Não gosto muito de telefone; só serve pra deixar as partes anciosas e os assuntos inacabados. ' Tenho que conversar com ela de qualquer forma'. Tentando trapacear um tal de Cronos, resolvi dormir, assim o tempo iria passar mais rápido.

Na sexta, peguei meu carro, minhas coisas e tratei de voltar para a cidade onde mora minha mãe. Quando cheguei, o cheiro do almoço já gritava o meu nome escandalosamente e nem demorei para que calar o tal cheiro. Fui pagar contas, terminar trabalhos e quando eram lá pelas 5 da tarde, liguei meu computador para checar e-mails, enviar trabalhos e ver notas. Mas logo fiquei chocado: o tal do amor me pregava a primeira de um fim de semana que prometia. Havia um email de minha amada dizendo que não queria mais me ver entre outras 'delicadezas'. Liguei correndo. Ela, com uma voz muito triste, disse que precisávamos conversar pessoalmente e, em questão de minutos, lá estava eu de mãos dadas com ela.

Depois de alguns palavrões, ofensas e coisas sem sentido, fiquei sem chão! Sabe? Quando você fica com uma cara de quem pergunta ' o que raios está acontecendo?' ? Pois é. Mas ali, naquele momento, foi a ultima coisa que perdi. Antes um pouco, tinha perdido a mulher, o dia, a fé.

O decorrer do fim de semana foi um lixo. Choveu no sábado, no domingo e assim foi até levar o azul do meu céu; céu este que tento pintar de azul novamente. Até comprei as latas de tinta e pincéis.