Namorar e não casar
 
 
“Cuidar do namoro é não deixá-lo virar “casamento”.”.
Hoje ao acordar e após muitos questionamentos pessoais, essa frase me veio à cabeça.
Questionadora que sou da instituição casamento, enquanto “negócio”, sempre volto ao tema.
Acredito no amor como condição de sobrevivência, porém não acredito na forma que ele acontece enquanto instituído.
A história é sempre a mesma.
As pessoas se conhecem, por algum motivo se aproximam, namoram.
Inicialmente o encontro é surpreendente.
Mãos dadas, beijos, muito sexo, companheirismo, cumplicidade.
O conhecimento “do outro” leva algum tempo.
Os parceiros se mostram aos poucos nas pequenas ou grandes coisas e atitudes.
Então as diferenças aparecem.
E nem sempre a relação sobrevive a elas.
O grande desafio é não deixar acabar o namoro na relação.
Ele é fundamental para que ela permaneça.
É preciso que haja o desafio, o jogo e a brincadeira na relação.
É preciso esperar com cuidados.
O batom, o vestido que agrada, um detalhe na sala, no quarto.
O perfume, o sorriso espontâneo, a saudade.
Comida gostosa, flores, gentilezas.
A palavra esperada, o beijo de chegada, o bom dia e a boa noite.
Detalhes que fazem da relação um porto seguro, um desejo de permanecer.
Estar junto por prazer e não por dever.
Mais fácil para a mulher, talvez.
Para o homem nem tanto.
A praticidade no dia a dia, os problemas pessoais, quase sempre interferem na forma da relação.
E ela, inevitavelmente, vira “a mesma coisa”.
O quarto vira lugar de dormir.
O beijo, quando acontece, é apenas nos minutos anteriores ao sexo.
A preparação da chegada já não provoca.
O caminhar é solitário, sem mãos dadas.  
Abraços?
Perdem espontaneidade e vira quase que obrigação.
Então está estabelecido o início do fim ou a acomodação mentirosa da relação.
A hipocrisia se estabelece.
É desafiante não permitir que aconteça?
Sim, claro!
O fato é que não é possível ser feliz na mediocridade das relações estabelecidas.
Por mais doloroso que seja e mais arriscado do ponto de vista pessoal.
É preciso assumir as mudanças ou o fim.
Só assim é possível sobreviver ao desamor.
E então, amar plenamente com autenticidade e verdade.