Eu tinha um monstro em casa...

Era início de 1999, precisávamos de um funcionário para nos ajudar em nosso comércio e então mamãe ofereceu um jovem primo de uma funcionária dela, em princípio relutei, o peso de ter um estranho em casa e conviver com ele e minhas filhas me causava certo medo, algo inexplicável.

Francisco era interiorano e parecia respeitador, modesto e amigo, aos poucos cativou nossa amizade e não havia quem não gostasse dele, prestativo e atencioso, nos agradava de todo modo, mostrando-se dócil, sempre cheio de atenções para comigo, fazendo determinados agradados que me cativava sempre com muito respeito.

Aos poucos fui percebendo que Francisco nos roubava, pequenos furtos, pequenas quantia em dinheiro, lanches e outras coisas até sem importância. O que eu não sabia era que ele estava roubando também a inocência de minha filha Emilia, procurando-a para a prática de atos libidinosos.

Esta pessoa conviveu conosco nove anos, foram muitos momentos compartilhados em família, ainda me lembro dos nossos Natais, Ano Novo na praia, passeios em Outeiro, Piscina do clube do Remo, as coletas para comprar açaí e principalmente, a confiança que depositei.

Hoje, minha filha está com 11 para 12 anos, ainda é uma criança, não tem seios formados, gosta de brincar e comer bombons, é meiga e amiga, muito inteligente, sofreu abusos desde os seis ou sete anos e só descobrimos ano passado 2007 quando completou 11 anos.

Tudo foi descoberto a feliz e bom tempo, ele está na, cadeia, pagando pelo que fez, a justiça dos homens foi feita e eu não guardo sentimentos de raiva e rancor, apenas aprendi mais uma lição e espero que haja justiça divina também.

Contudo fica aquele sentimento de perda, aquela sensação de que fomos explorados, enganados, logrados e lesados na nossa ingenuidade, todos perdemos muito com isso, perdemos coisas que jamais resgataremos a ferida vai cicatrizar, mas, jamais poderemos mudar os fatos e aprendi que confiança é algo que não se deposita a qualquer um, selecionarei melhores meus amigos e possíveis empregados.

Fatos reais.

O CASO SAIU NOS JORNAIS DE BELÉM PARÁ DO DIA 21/09/2007.

JORNAL AMAZONIA E JORNAL LIBERAL.

Patrícia P Ventura
Enviado por Patrícia P Ventura em 03/03/2008
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