BAÚ DE OSSOS

Estou vendendo, ou dando, ou emprestando meu baú de ossos para não carregá-lo mais às costas. Aí, alguém disse: porque não mostrar tudo o que tem lá dentro?

Então é isso o que estou fazendo: de vez em quando eu o abro e tiro lá de dentro alguma recordação, por vezes engraçada, por vezes cheia de melancolia ou de sofrimento.

Em todas elas sinto a mesma sensação que senti no momento do acontecido.

Transportando para o papel, plasmando, desabafo, deixo de sofrer ou, então, volto a sorrir como antes.

Elas passam a fazer parte do cotidiano de todo mundo, não mais só de mim.

Quero despejar, escancarar esse baú de ossos, para não mais sofrer.

E porque passá-lo à frente? Porque não, simplesmente, enterrá-lo?

Passei a acreditar que devo contar as histórias da vida que conheço sem medo e sem restrições.

Sempre haverá alguém que se identifique com elas e, quem sabe, servirão de exemplo de como fazer, ou mesmo, não fazer.

Elas servirão para sorrir ou para chorar, retratando todas as histórias, partes da minha vida.

Afinal a vida é feita disso: pequenas partes para sorrir, pequenas partes para chorar.

Tenho esperança, também, que alguém lendo essas reminiscências, sinta vontade de colocar no papel suas coisas alegres ou tristes.

Vamos ter, então, muitos e diversos exemplos de vida, muitas histórias para contar, muitos desabafos, muitos alívios...

Muito choro e muita risada.

Que sejam desenterrados, abertos e despejados todos os baús de ossos!

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 17/03/2008
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