A CIGANA E O AMOR

Evaldo da Veiga

Ela era um tanto verdadeira, às vezes acertava de fininho.
Uma Cigana de cabelos longos, véu da cor do arco íris, e foi dizendo:
- vejo uma linda mulher em sua vida, ela é uma presença recente
e vai iluminar o teu caminho.
Que mais, perguntou: - qual é o nome da minha Deusa?
– O nome dela? Hum... ta meio difícil, não consigo ver o nome...
Mas para que serve o nome? - Perguntou ela, já vendo o
Luiz Ignácio nas nuvens.
Ele pensou uma porção de coisas e tentou perguntar: - e ai, ela, como dizer... ela...
Ficou sem jeito de perguntar se ela era tesudinha, boa de cama,
linda, simpática, elegante, e se não enchia o saco com sua esposa Cremilda.
E ainda, se acordava bem humorda... Sem dúvida que era muita areia para o seu caminhãozinho, mas já estava até pensando em comprar uma carreta
de muita força e com disposição para longas distâncias.
- Essa pergunta que você não quer perguntar é difícil de responder,
mas muito importante. Com mais 500 reais respondo na bucha.
Ele fez a pergunta, perguntando ainda: - e o endereço dela, dá pra dizer?
A cigana cobrou mais 500 pelo endereço e ele pagou de imediato.
Ela pegou o dinheiro, guardou dentro do sutiã e foi tirando o véu, a peruca loira,
a blusa de mangas longa e colarinho fechado, a saia até o tornoselo,
os óculos escuros e falou, com aquela voz de carroça enferrujada:
- seu safado, esta caçando mulher, né?
Já pra casa vagabundo!
A Cigana era a sogra do Luiz Ignácio, Dona Emengarda, pode?.
        .x.x.x.x..x.x.


Em tempo de escrever bobagens rss
É preciso sorrir de coisas simples,
alegria não custa dinheiro...


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