Procissão do encontro recontada

Edson Gonçalves Ferreira

Barraram brasileiros na Espanha. Barraram espanhóis no Brasil. Nosso Senhor não vai se encontrar, assim, de jeito algum, com Maria.

Quantas vezes precisamos recontar a história de Jesus para ver se o ser humano se convence de que é mais fácil amar que odiar? Falando nisso,

pedi a maestrina Djanira a Harpa de Sião emprestada. Estou xerocando o livrinho para cantar mais melodias no Recanto. Se eu não escrever e não cantar fico mais doido que o Coelho Maluco.

Hoje, quando visitei a página de Celina, fiquei encantado com os haikais. As grandes coisas se fazem com pequenas. Depois, fui ver a Zélia Nicolodi. Aquela loura estonteante e de voz mansa e linda e que escreve divinamente!... Sai da página dela com a sensação de Cristo entrando triunfalmente em Jerusalém. Deve ter sido lindo, não? Ele com o povão todo saudando-o com ramos e flores. Os discípulos amados... Falando em discípulos, temos um jovem poeta no Recanto: o Téris. É tão bom ver os mais jovens cultivando as Letras. Teris já tem um lirismo encantador. Ele precisa continuar escrevendo. Quão bonito é ver a juventude se encantando com a poesia. Afinal, Castro Alves já era gênio quando morreu aos 24 anos, pode?

Eu, nesta manhã de terça-feira, estou mais perdido que barata com rodox. Mãeeeeeeeeeeeeeeee! A fada Sininho está aqui do lado, querendo me jogar o pozinho para eu voar mais ainda. Eu já ando nas nuvens. Há poucos minutos visitei a Claraluna que, também, é maluca como eu e vive no País das Maravilhas. Agora, ela queria até capar o Coelho Maluco. Ele ficou enfezado... (enfezado é uma palavrinha desgraçada, não é?). Expliquei para ele que é lirismo apenas. Respondeu-me que poeta é doido demais. Depois, ponderou, mas a procissão de encontro de vocês é linda!

Fiquei, então, pensando: nós do Recanto estamos sempre fazendo uma procissão de encontro. Pena que a gente não possa se abraçar através da internet. Falta apenas o calor do toque. Deus, contudo, deve ficar feliz quando vê que nós cultivamos a lição maior: amar uns aos outros, respeitando as nossas fragilidades. Se Jesus fosse vivo, hoje, imaginem, eu ia ficar teclando o dia todo com ele.

Aliás, eu ficar grudado nele que nem carrapato. Ele iria nos achar

malucos. Acredito que Ele seria disputado demais. Nós íamos querer que ele ficasse no Brasil e a Sônia, no Japão e Henricabílio, em Portugal.

Assim sendo, creio que é melhor mesmo que Ele esteja vivo lá no Céu, porque assim todos nós podemos nos encontrar com Ele agora, através do amor de nossas palavras. Hoje, estou mexendo as palavras num tacho grande, como se estivesse fazendo um ovo de Páscoa e, desde já, quero desejar a todos que lerem esta crônica que não é maluca, mas abençoada: Feliz Páscoa. Fui!

Divinópolis, 18.03.08