PRA ONDE IRÁS QUANDO ENVELHECER?

Assisti ontem a uma reportagem sobre os idosos do Brasil, mostrando fatos, relatos, entrevistas, dados que era de fazer chorar, com tanta barbárie e maldade.

Todos nós já fomos bebê: chorões, famintos, graciosos, pequenininhos, doentinhos, ativos....e nessa fase 2 personagens ou apenas um (que seja) se destacaram: Os pais, que limparam as nossas bundas, que assoaram nossos narizes, que nos deram banho, fizeram as nossas comidas, embalaram nossos sonos, nos contaram histórias, sopraram os machucados na época que o methiolarte ainda ardia (lembram???), foram nossos amigos, heróis, confidentes e todos os outros personagens que criávamos para que eles representassem.

Mas aí crescemos, passamos pela fase da escola, de pré-"aborrecência" com seus conflitos, descobertas, rebeldias e medo, entramos na idade adulta terminamos a faculdade ou nem a começamos, casamos, separamos, divorciamos, enviuvamos, engravidamos..enfim começamos a ter vida própria, essa que só sabemos que temos depois que saímos da casa dos pais, mas como ninguém vira estátua de sal...nossos heróis ou verdugos (como quiserem) sofreram como nós a ação do tempo, nós crescemos, amadurecemos e eles? Envelheceram ou chegaram à idade de se deixar relaxar e curtir um pouco o final de vida ao lado dos filhos crescidos, dos netos amorosos, de um lar respeitoso e sadio. Mas será que sempre é assim???

Sabemos que não. Eu admiro muito as famílias que tem em seus lares, os pais que participam da vida deles, interagem (ás vezes "interagem" um pouco demais na educação dos netos, aí que vem às vezes um conflito), que lhes dão carinho, compreensão, que retribuem todo carinho e auxílio dispensado ao longo de 20...30...40...50 anos, com apóio a iniciativas, como esporte e cultura, e é nessa fase que muitos dos nossos velhinhos descobrem a arte.

Mas, há famílias que duas alternativas usam (e pasmem são as mais usadas!!!), ou permanecem com os seus dentro de suas casas, mas como uma peça sem valor, algo sem utilidade, não lhes dando apóio a nada novo, como descobrir um hobby, dos cuidados com sua higiene, saúde e conforto. Deixando eles se tornarem inativos, por própria falta de motivação, e o que pior fazendo que eles se tenham baixa estima, ao se sentirem: pedra no caminho, estorvo, peso. Contratam estranhos que se passam como “acompanhantes de idosos”, mas que na realidade são criminosos que aproveitam o descuido da família para abusarem e maltratarem os seus acompanhados.

Enquanto outros filhos com o passar dos anos, tornam-se muito "ocupados" ou "indisponíveis" para esse tratado, e os internam em asilos, esses que nem sempre possuem condições ideais para o cuidado, apenas pagam as instituições (e quando não são públicas) e os esquecem ali, como se fossem pessoas sem passado, sem recordação, sem lembranças....sem história.

Muitos desses lugares que se acostumam com o "desinteresse" dos filhos em saber como os pais estão sendo tratado, e se aproveitam dessa situação para não cumprir o seu papel de cuidaram de seus asilados: comida que não há suficiente, enfermeiros e ajudantes que não atendem a demanda, remédios dados na hora e com quantidade erradas, e a política que sempre usam é de internato ou prisão, e o que eles fazem o dia todo: se sentem presos, famintos, mal tratados, muitas vezes agredidos verbal e fisicamente por não conseguirem se movimentar, ouvir, falar, conseguirem fazer suas necessidades sozinhos.

É um absurdo mesmo, e não acontece só com o vizinho, todos nós temos pais (ou tivemos) que envelheceram e o que fizemos a favor deles? E nós...também envelheceremos...e o que nosso filhos irão fazer ao nosso favor? As pessoas são acostumadas a repetir o que fazemos...não o que falamos, então seja desde já o exemplo de seus filhos.