"Câmara Oculta- Gênero de Primeira Necessidade" = Crônica de indignação=

Em minha poesia de humor no “Dia Internacional da Mulher” eu disse que desejava que “todas as mulheres que merecem amor sejam muito amadas”. Minha futura norinha, ao ler essa parte, perguntou-me logo "porque não o amor para todas as mulheres?". Eu lhe respondi que nem todas as mulheres merecem amor.

Alguém pode amar uma sádica, uma animalesca mulher que maltrata uma pobre criança indefesa? Uma ordinária sem coração que manteve em cativeiro uma indefesa menina de doze anos de idade, filha de pais miseráveis que, por força das contingências tiveram que “doá-la” para uma família em boas condições financeiras? Uma vagabunda, dita empresária, casada, mãe de dois filhos adultos, que se divertia torturando a criança com alicates, correntes de aço, ferro quente, e muitos outros tipos de brutalidade imensa.

Na tevê esse diabo em forma de gente aparecia como uma frágil e indefesa senhora, ainda um tanto quanto jovem, e com cara de pobre coitada. De pobre coitada digna de pena. Uma pena que eu até chegaria a ter se apenas um por cento do que desejo a ela lhe acontecer um dia. Espero que pegue “trocentos” anos de cadeia, junto com o marido e a empregada, os ordinários coadjuvantes. Alguém pode amar esse tipo de animal de duas pernas, dois braços, uma cabeça e totalmente desprovido de sentimentos?

Um sentimento tem sido intenso para ela nas últimas horas: o pavor de ser linchada ao chegar à cadeia feminina.

Algumas outras mulheres apareceram nos noticiários do mesmo dia mostrando que muitas mulheres merecem apenas desprezo, cadeia, pouco caso, muito sofrimento, muita porrada bem dada: aquelas que maltratam velhinhos indefesos em depósitos de velhos chamados de asilo, casa de repouso, lar da velhice, e outros nomes que dão a estes “infernos em vida”. Vagabundas covardes que se aproveitam da juventude que ainda têm para bater em anciãos, em pobres velhinhos e velhinhas doentes e indefesos. Uma gente asquerosa que ainda encontra defensores, que ainda consegue advogados capazes de inventar justificativas para tais barbaridades indefensáveis.

Quando eu digo que céu, inferno e purgatório são aqui mesmo na Terra ainda aparece gente pra discutir comigo. A cada dia que passa mais e mais percebo que tenho razão. Principalmente quando fico sabendo de verdadeiros demônios, de ambos os sexos, agindo e causando danos de todos os tipos aos seus semelhantes. Matando, maltratando, torturando, fazendo qualquer tipo de coisa monstruosa em prol de seus interesses e prazeres asquerosos.

Felizmente hoje em dia existem as câmeras ocultas que nos mostram em plena ação alguns desses diabos fantasiados de padres, de enfermeiras, de assistentes sociais, de médicos, de empresários, de babás carinhosas, e até mesmo de gente comum, sem expressão alguma, e os desmascaram - de vez em quando - permitindo às suas vítimas serem socorridas, saírem do inferno em que se encontravam.

Câmeras ocultas: gênero de primeira necessidade para muitas famílias e muitos locais hoje em dia. Ou melhor, há muitíssimo tempo. Surgiram com séculos de atraso, pensando bem.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 18/03/2008
Código do texto: T906903
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