O amor telúrico

Era fatídico o acontecimento, bêbado sem nenhum trocado à mão,

depois de um longo é melancólico caso; que nem chegará as vias de ser caso; mas que marcara minhas retinas.

Como entrelaçar uma personagem com uma pessoa real cheia de defeitos, ânsias e descontentamentos? mas a vida é mais complicada que escrever crônicas. Como podia ela sem fazer qualquer esforço

açambarcar os olhares desse pobre escritor, um apreço que começou lento, com simples olhares enquanto passavas em exposição e uma conversa tímida sobre assuntos corriqueiros, mas a paixão

é avassaladora acontece sem nenhum explicável fato, e vem de não sei onde não sei quando.

Os dias insossos passaram a carregar uma dose de drama e alegria que inspiravam o moço a acordar esperançoso de mais um dia perto de sua amada, mas o terrível anoitecer naufragava os barquinhos

de papel de um pequeno amante - romântico em palavras, mas inapto diante dos fatos diários-que dormia esperado o inesperado no dia seguinte.

A proximidade da amada causa euforia, deslumbramento mas igualmente uma tristeza pelo não relatar das emoções mais intimas, pois como dizer eu te amo de uma hora para outra, sem motivo palpável -mas como diria

os velhos autores o amor foge a dicionários e a regulamentos- como abdicar de momentos tão prazerosos a sobra de teus gestos e bebendo de teu sorriso.O amor telúrico...mentira! O amor sai do âmbito terreno nem nas estrelas

conseguiremos achar respostas sobre o tal amar, nem quando o Rio for submergido descobriremos.

Achamos pretextos em qualquer olhar ao além, cada espiro da amada parece avisar, te alertando de que ela precisa de proteção e você é o herói -não, apenas o amado para quem ela dedica sua atenção antes de dormir- e por pensar demais, alguns preferem não pensar demais dessa vez; sábios eles; mas como não antecipar o futuro prometido nos sonhos se eles vêem cheios de felicidade e primor, seria a destruição da imaginação tão fértil desse romanceiro. Os dias passam e o decepcionante rodar do relógio vai minando o campo alvo do semeador, é a hora de declarar

o mais singelo amontoado de caricias, é chegada a hora de se mostrar fraco perdido sem pai nem mãe.Retardar o acontecimento é tão pulsante na cabeça do mancebo que se confunde diante de indecifráveis barreiras criadas inconscientemente.

Momentos: teve vários, todos sem clareza total aparente, contudo eram momentos que poderiam culminar na depressão ou na

felicidade mor, não experimentada por esse provador de pouca idade.

Que sejam louvados os provetas que ouviram as idiossincrasias deste enamorado do amor, que sejam bentas as tentativas que morreram ainda na boca, que sejam santas e impregnados de ternura as cartas queimadas sem nenhum selo de correio. Eis o formidável desfecho o apogeu de sentimentos entregues como que pede licença para passar, tão pouco tão bobo,

onde estaria naquela hora o mestre do amor? o sensacional amante ou quem sabe o romanceiro?Todas as palavras se perdem e só alcançam o devido lugar após a lágrima; tarde demais; a compreensão de um amor se resume a um imã,

cravado na alma e exposto melancolicamente num quarto vazio.

sobra-te um beijo frio, ardente somente em ternura para quem esperava a paixão, o fogo em brasa e os delírios mostrados nos belos romances

e novelas globais...Triste fim, volto para casa bêbado e com uns trocados entregues por um velho irmão.

E eu que não sabia que a minha história é mais bonita que a de Bentinho.

Fábio Teixeira
Enviado por Fábio Teixeira em 22/03/2008
Reeditado em 03/07/2008
Código do texto: T912398