Emoção roubada

A prisão eloqüente depois de certo tempo, dá espaço à liberdade frustrada como uma espécie de fuga do colo dos pais, mas isso é um arco de duas pontas após a desorientação camuflada por uma simples paixão cedendo espaço a tortura da alma, seqüestro do querer e inibição do desenvolver. No ato da entrega deveria ser uma troca de amores jurados no inicio até o fim, por sua vez isso tudo se desfaz e apenas a fixação de poder sobre um objeto reina no lar que de tanto sofrer chega a dar sensações indigestas.

A dor que aprisiona o grito de liberdade na voz que se cala pela escolha sem pensar, isso intriga a vontade de viver de muitas pessoas reféns de sua própria casa e induzidas a ser empregada de um lar que deveria cumplicidade e amor, contudo abriu-se a porta do machismo e da ignorância pelo simples medo do sexo frágil. Muitas coisas mudaram ao longo do tempo, mas ainda se vê tanta tristeza no viver de algumas pessoas que certos parceiros deveriam ser presos como criminosos por aprisionar uma alma que se doou ao seu bel prazer, simplesmente para ser escravizada e molestada a viver na prisão domiciliar.

Todos nós somos livres perante a lei, mas que lei é essa que dá direito ao sexo masculino ser donos das pessoas ou o contrário, pois sabemos que certas mulheres dizem ser donas dos maridos. Esse jogo de empurra – empurra é velho e sem graça, o lado mais fraco é encorajado pelas mídias para denunciar, mas cadê o suporte a essas pessoas que saem do seu lar para fazer do seu direito a liberdade, porém muitos só encontram a morte diante dos olhos da justiça sem ao menos um voto de compatibilidade que é pregado nos meios de comunicação.

Chegou à hora de parar com essa violência doméstica, onde fere a questão da liberdade, isso quando só existe assédio moral, estupros, e todas as formas de dizimar o bom andamento do psicológico da pessoa coibida. Por outro lado existe a violência física, algo monstruoso e desumano ferindo o caráter e tirando qualquer resquício de cidadania daquele que fez de seus dias um abismo do fim. O termino que replico em dizer é a morte causada pelos maus tratos e o teor de desumanidade adotado por bandidos fingindo ser cidadão.

Isso tem que parar, pois vivemos numa época diferente e sabemos que a igualdade já faz parte do convívio familiar, sendo que a ilusão de que existe o superior dentro de casa já passou. Isso deveria ser uma questão de honra para todos que sabem desses crimes, que na maioria das vezes são abafados, meramente pelo medo do outrem, diante das diversas ameaças e de algumas pancadas tanto no psicológico quando a dor física se fazendo presente e marcando a alma com a ferida da emoção roubada.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 23/03/2008
Reeditado em 24/03/2008
Código do texto: T913051
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