" GOOD GIRLS GO TO HEAVEN...

...BAD GIRLS GO EVERYWHERE…"

(Adoro esse adesivo que metade dos carros têm por aqui...)

“ Menina, você precisa largar essa vida!...” – pensava ela enquanto retocava o batom vermelho em frente ao espelho sujo de um banheiro qualquer... Não. Não era puta. Apenas tinha essa curiosa predileção por batons e amores indiscretos... garotos de farda, mais novos..., garotas de decote, mais velhas...

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“Meu bem, acho que estamos grávidos...” – essa frase sempre muda tudo em comerciais de fraldas e filmes românticos, no seu caso, lá na história antiga, também mudou tudo... mudou a relação, do status “existente” para o status “finda”... ele, falando em casamento, ela, embora provavelmente não faria um aborto, casar também não pretendia nem cogitava... a gravidez fôra alarme falso – amém! Mas a relação já era... Na verdade prosseguiram, agora na condição de amantes, por mais uns anos, só se permitiam quando ao menos um tinha uma relação oficialmente estabelecida com uma terceira pessoa, essa era a regra... ele amava com raiva, ela, com luxúria... amavam-se sem “eu te amo”, ele, feito bicho à caça, ela, feito bicho no cio.... não se falam mais.

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“Vamos tomar uma cerveja depois do expediente?” – perguntava o colega de trabalho com quem dividia o mesmo cubículo, também noivo da sua melhor amiga. “Claro!” – respondia ela, presumindo que a amiga (dela)/noiva (dele) juntar-se-ia a ambos no “happy-hour”... não... só os dois... e ele atira:

- “Ela me deixou!”

- "Por que??? Que que aconteceu??? Que que você fez?????”

- “Nada. Ela disse que descobriu que gosta de mulher e está apaixonada por você.”

(Agora me diz? Como você responde ou reage a uma bomba dessas????)

Namoraram por uns anos, aliança no dedo, nome gravado e tudo... e uma coisa ainda têm em comum: se alguém perguntar de uma à outra a resposta será a mesma: “Não deu certo... ela é louca...”... não se falam mais.

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Teve o namorado perfeito: bonito, gostoso ( até as professoras comentavam), trabalhador, a “go-getter”, honesto, sensível, respeitador (mas não em excesso)... seus pais até se separaram por conta desse namoro... sua mãe dava suporte ao namoro, seu pai não suportava a idéia de namoro nenhum... Tiveram sexo sublimado de tudo o que é jeito, mas sexo mesmo... nunca... sua mãe voltou a fumar, seu pai, parou de beber, eles... nunca mais se viram... alguém conhece um mecanismo de busca melhor que o “google”???

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E teve também, claro, o namorado viado..., gay assumido e, assumido ou não, inegável... falam-se toda semana, ela, no exterior, ele, decorador... adorava quando, nas conversas fiadas durante o jogo de truco com “os caras”, prá desconcentrá-los, provocava: “Ele é gay! Gay e meio! Mas o melhor homem que já tive na minha cama!”... eles ficavam loucos... especialmente os que eventualmente estiveram lá...

...Pior que era verdade...

Dalila Langoni
Enviado por Dalila Langoni em 28/03/2008
Reeditado em 29/03/2008
Código do texto: T921198