Células Tronco - opinião

Muito se tem discutido nos últimos dias sobre as pesquisas com embriões fecundados em laboratório. Confesso que não sou um “doutor” no assunto, mas me parece que a principal dúvida é: “quando começa a vida”? E algumas hipóteses são levantadas: “começa no momento da fecundação, ou seja, na união do óvulo com o espermatozóide”; “começa quando se pode detectar atividade cerebral, ou seja, muito depois da união do espermatozóide com o óvulo”.

E aí, as discussões se aprofundam. Não tenho ouvido falar no “direito da mãe, de fazer o que quiser com o seu corpo”. Parece que estão entendendo que a mãe pode fazer o que quiser com o “seu” corpo, mas não com o corpo do seu filho, mesmo que este seja apenas um embrião ou um feto. Acho que já é um avanço. Também me parece, que todos estão tentando “defender” a vida. Isso também é um ponto muito positivo. Os cientistas são unânimes em afirmar que as pesquisas com embriões “pode” auxiliar a descobrir a cura para várias doenças, melhorando e aumentando a perspectiva de vida de muitas pessoas. E aí vem a pergunta: “ é justo curar muitas pessoas, sacrificando outras”? E aí vem a polêmica: “onde começa a vida”?

Já admiti que não sou “doutor” no assunto, mas acredito que a vida começa no momento da concepção, como defende uma das correntes de pensamento envolvidas na discussão. Parece que essa corrente é liderada pela Igreja Católica e seus preceitos estão sendo usados como argumentos para convencer a opinião públicas a ficar a favor da liberação das pesquisas. Estão dizendo que a Igreja é retrógrada, que não quer se modernizar, que já cometeu muitos erros no passado, referindo-se a inquisição... e com isso, tentam desmoralizar os defensores da vida.

Voltando ao nosso assunto, se os embriões tiverem as condições ideais, eles irão se desenvolver e tomarão forma de seres humanos, como você e eu. Então, acredito que eles já tem vida. Por isso, defendo que não se deve permitir as pesquisas com embriões, mesmo os que são fecundados em laboratório.

Mas aí, chamo a atenção para outro ponto, que parece estar passando despercebido: Por que é que existe embriões fecundados em laboratório que não irão para um útero materno? Está na hora de rever os princípios da fecundação “in vitro”. Não podemos permitir que vidas sejam criadas e depois, destruídas, descartadas, jogadas no lixo. É isso o que está acontecendo: quando uma mãe não pode engravidar pelos métodos normais, recorre ao “bebê de proveta”. No laboratório, quatro ou cinco bebês são gerados e somente “um” tem a possibilidade de se desenvolver. Os outros, são congelados e depois, descartados. São esses os bebês que estão sendo requisitados para as pesquisas com células tronco embrionárias. Sem medo de errar, afirmo que seremos incoerentes se proibirmos essas pesquisas e continuarmos a permitir o holocausto que está acontecendo com muitos bebês. Não podemos continuar a ser tão anti-éticos. Concordo plenamente com a fecundação “in vitro”, mas somente “um” bebê deve ser gerado e inserido no útero materno. Precisamos parar de “escolher” qual de nossos filhos deverá viver, para depois matar os outros que sobrarem. Você, que tem mais de um filho, pense no assunto. Como você reagiria se tivesse que escolher somente um deles para viver? A única diferença, é que você ainda não conhece os outros filhos gerados no laboratório, mas são seus filhos e seres únicos. Dê uma chance a eles e veja se, depois de uns 12 meses, você terá coragem de matá-los. Quem já perdeu um filho, sabe bem como é.

Portando, vamos lutar para que seja proibida as pesquisas com células tronco embrionárias e que, a partir de agora, somente “um” bebê possa ser gerado, antes de ser inserido no ventre materno. Isso vai encarecer o processo? O que é mais importante? O dinheiro ou a vida humana? Opa! Tenho até medo de fazer essa pergunta...

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 31/03/2008
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