TURISTAS DE SOBRAS

Senhor Deus!

Que perfume será esse que exala

daquelas insuláveis flores Não plantadas?

Será que tem o gosto e o sabor

da insolvência humana?

Meu Deus!

Onde será que estão os olhos do mundo?

Que já não enxergam esse bicho, Nos detritos do lixo

vagando, ora revirando montanhas...

Ora tornando em disputas, o resto da sombra, que já não sobra,

pois a fome é tanta!

que se em catam e comem com olhos de felicidade.

E pronto!

Que situação meu Deus!

Pobres implorando ajuda...Pobres instalados nas ruas

sem qualquer condição de vida humana!

Ora catando comida... Ora catando papel, que degradante meu Deus!

Seres, semelhantes, humanos, sensíveis como qualquer outro,

diferenciados apenas pelo fardo carregando do que lhe fora imposto à vida.

Mas, que vida!...Que sina!

Vida essa dada, aos turistas de sombras?

Mas, que vida?

Francisco Alves
Enviado por Francisco Alves em 01/04/2008
Reeditado em 23/04/2008
Código do texto: T926602