Minha oração ao Papa
Minha oração ao Papa
(r.pisoler)
"Eu os procurei, e vocês vieram até mim, por isso eu agradeço." Disse o Papa João Paulo II a um conselheiro, enquanto milhares de jovens oram por sua saúde, na praça de São Pedro, no Vaticano, vizinho a Roma.
O Papa João Paulo II, sumo pontífice da igreja católica, é um homem santo, cujo desígnio de vida foi destinado à sobrevivência das almas de todos os seres humanos de nossa atual era.
O lamento de tantos em prol deste ser humano fantástico fortalece um sentido que está se perdendo perante à atual direção da maioria dos seres em relação à materialidade.
Hoje em dia, quando tanto mulheres como homens buscam a evolução do visual externo, valorizando a beleza exterior, confundindo a mesma como única forma de saúde e melhores chances para o sucesso, tanto se perde em busca da evolução da alma, que segundo todas as crenças, é a verdadeira porta para a vida eterna.
Tenho a dizer o quanto admiro uma pessoa santa como o Papa João Paulo, mesmonão concordando com tantas polêmicas defendidas por sua igreja, como a não utilização de pílulas anti-concepcionais, a proibição da aborto, da pena de morte, as quais, por minha estúpida revolta pessoal ou política, sendo honesto, trabalhador e permanentemente contra injustiças, acabo tendo tendências em ser a favor.
Mas sou um ser a parte, dentro do contexto, tenho religiões distintas, gosto tanto da teoria de Moisés de "olho por olho e dente por dente" quanto amo a de Jesus de seu "não matarás..."
Entretanto, as polêmicas são um à parte, e tenho a verdadeira sensação de que são elas que hoje alimentam a alma, mesmo quando tendenciosas.
O que mais me assusta é conseguir enxergar uma realidade de que a maioria das pessoas são tão independentes e têm tanta fé em uma coisa passageira que se chama beleza exterior, em outras palavras pode se dizer financeira, dedicada a si próprio ou a um pequeno grupo sem fundamento em relação à primazia da existência do ser.
Nosso Papa lutou contra isso.
Sua própria presença fez com que povos distintos se emocionassem, que abrissem a caixa exterior que esconde o coração e darem uma chance à alma, tão pressionada e protegida desta evolução tecnológica que a involui.
Quem de nós não sabe que as mulheres de antigamente choravam quando liam um poesia linda, e alimentavam esta alma que estou falando. Quem de nós não sabe que atualmente, uma vitrine de shopping faz mais as mulheres chorarem, e uma linda poesia nem sequer é lida, nem sentida, quiçá compreendida em seu valor.
Não digo o valor da poesia em si, que ela nunca teve valor em si. Tem valor a poesia que toca os homens e alimentam sua alma, enriquecem seus sentidos, plenamente.
Reconheço que o sentido mais sacrificado pelo alimento da alma seja o da visão, este mesmo da beleza exterior, pois poesias, sabedorias, entendimentos, filosofias, são um contraponto a favor e contra, pois carecem mais de paz e desejo de eternidade do que de resultados imediatistas.
Finalmente, reconheço o papa como meu rei, no sentido primitivo da existência desta palavra.
Que ele me protegeu, me amou, me criou e me ofereceu a oportunidade de ser eterno, dentro de sua categoria como representante de um Deus, que foi a razão de tudo.
Mesmo sem nunca o ter conhecido.
Ricardo Pisoler,
é poeta e escritor