40

Cá estou, a poucos dias de celebrar meus 40 anos de idade. Ainda lembro quando fiz 30... Tive uma crise! 30 anos pareciam demais pra mim e eu me senti velha. Então, agora, os 40 anos se aproximam. Inevitáveis, sorrateiros e misteriosos 40 anos! Outra década de minha vida que se inicia, chamuscada de tantas experiências boas e ruins e marcadas por encontros e desencontros. Os filhos são maiores a esta altura, e tenho quatro. Me vejo com duas adolescentes a me estranharem, assim como eu as estranho, duas mulheres a se indispor comigo a todo instante. Já os dois menores, ainda crianças, me encantam de forma inusitada. Claro, minha maneira de ser mãe mudou desde que tive a minha primeira filha.

Cabelos brancos, rugas e marcas me mostram que o tempo passou. O corpo, apesar de magro, exibe formas extravagantes. Mas me sinto jovem como nunca, cheia de uma energia surpreendente e de uma vontade de desbravar. A cabeça carrega planos diversos e os sonhos, menos lúdicos, tornam-se realidade com maior facilidade.

O casamento, o segundo, continua firme, aliás, eu diria que até mesmo esta relação denota o meu amadurecimento. Aos 40 anos, as coisas se tornam mais banais, menos precisas... ter ciúmes, por exemplo, passa a ser ridículo. Reclamar porque não ganhei flores no aniversário de casamento? Pra quê? O tempo passa mais rápido e não dá pra desperdiçá-lo com pequenos protestos. Nem por isso, há menos paixão na minha maneira de “namorar” o meu marido. Encontro o meio termo, faço sentido, exponho com clareza e me controlo com maior facilidade, só isso!

Vou chegando aos 40 anos e falta-me poucos dias! Vou chegando perto da curva, perto da beira, perto da margem. Me despeço dos 39 e, por que não dizer, da casa dos 30. Dizem que será ali, nessa data que se aproxima, que a vida começa... Fico eu pensando no que me espera, então. Que surpresas? Que realizações? Que ideais? Serei avó nessa década que se aproxima? Será que 40 anos pesam? Talvez... não sei, mas estou ansiosa por aproveitá-los.