Constatação

Ontem estive em Belo Horizonte.

Não pude deixar de amar aquela cidade.

Impossível.

Vivi tanto lá!

Fui bem recebida lá, nos anos 90.

Pude dar a minha filha formação adequada para sua sobrevivência.

Da mesma forma consegui fazer uma bela carreira profissional.

Vivi amores.

Alguns dissabores.

Pude aproveitar da arte, do jeito de ser do belorizontino.

Fácil adaptar-me a isso.

Sempre teve tudo a ver com meu jeito de ser.

Belo Horizonte respira arte.

É bonita.

Não é à toa que se chama assim.

Fui feliz em BH.

Realizei.

Mas, ontem, mais uma vez descobri que meu tempo na capital acabou.

Observei as pessoas endurecidas pela agressividade do dia a dia.

Um vai e vem de pessoas, carros e medos.

Sim...

Medos estampados na fisionomia das pessoas.

Isso me entristeceu um pouco.

Quando lá cheguei não era assim.

Ainda era possível o caminhar pelas belas avenidas, os barzinhos do centro.

Em Belo Horizonte deixei amores.

Amigos queridos.

Deixei parte da minha história.

Ainda tenho lá o meu amor.

Mas Belo Horizonte é passado na minha vida.

Quero paz, tranqüilidade.

Quero interior.

Sou feliz assim.

Com minhas lembranças, minha história construída.

Deixei em Belo Horizonte um pouco de mim.

Fiquei, de certa forma, na história de algumas pessoas também.

Aconteci.

Da mesma forma que Belo Horizonte ainda acontece em mim.