NÂO MATAR

NÃO MATAR

Não matar (Ex. 20,13) é um dos mandamentos dado por Deus a Moisés, quando da caminhada do povo hebreu, rumo à Terra Prometida. Mandamento importante que tem por fim o respeito à vida em toda a sua abrangência, entretanto, nunca se viu, em toda a história da humanidade tamanho desrespeito ao ser humano. Nem todas as guerras conseguiram tamanho morticínio como nos dias atuais.

A violência presente nas nossas vidas pela ação de bandidos que ceifam vidas, através das ações de seqüestros, atentados e a contínua fábrica de criminosos que todos os dias se iniciam no mundo do crime, dadas as condições miseráveis por que passam os pobres do mundo e a impunidade reinante.

As mortes no trânsito, causadas pela imperícia e abuso de motoristas que não respeitam as leis de trânsito vigentes e a conseqüente impunidade por parte da justiça.

As guerras fomentadas pelas grandes potências, na sua sanha de poder de dominação, a sujeitar nações e povos, através da miséria e motivos torpes que venham “justificar” a sua intervenção.

Os abortos criminosos cometidos contra seres inocentes e indefesos, sempre em nome da liberdade e suposto direito sobre o próprio corpo. O corpo foi criado por Deus e só a Ele compete tirar uma vida, seja em que estado for, não cabendo a nenhum outro esse direito.

Os crimes no campo, por parte de fazendeiros ou a mando deles que se julgam senhores de tudo e de todos, matando camponeses, líderes de comunidade, índios e religiosos que se opõem ao seu avanço desordenado, sem que se veja punição exemplar para esses marginais acobertados por policiais, juízes e de tantas válvulas da justiça que só são utilizadas para com os ricos e poderosos, sendo que para os pobres e marginalizados a justiça é outra: cega, surda e muda.

Os crimes que se cometem contra o próprio corpo, através da bebida, drogas, promiscuidade e da ditadura da moda que impõe às pessoas um padrão de beleza a exigir dos que a ele aderem, sacrifícios que levam à morte, como no caso de alguns modelos que tiveram anorexia por tal exigência.

O atentado ao corpo, seja ao próprio ou alheio fere a dignidade de filhos de Deus e, no dizer de São Paulo: Somos templos de Deus, morada do Espírito Santo (1 Coríntios 6,19).

Os crimes cometidos por políticos e seu séqüito de malfeitores a produzirem mortes, em todos os setores da vida nacional, através da rapina do erário público, obstando assim que sejam aplicados em saúde, saneamento, estradas, enquanto multiplicam seus patrimônios e acobertados pelos seus pares que impedem que sejam levados à barra dos tribunais e banidos da vida pública.

Os milhões que morrem de miséria e fome enquadram-se nos crimes que bradam aos céus e, com certeza, como no Egito, o Senhor Deus ouvirá os seus gritos e gemidos (Ex. 2,24) e os castigos estão a caminho; é só esperar (Mt. 25,31-46).

JOSÉ BENEDETTI NETTO

jose benedetti netto
Enviado por jose benedetti netto em 10/04/2008
Código do texto: T939470