REUNIÃO DOS PAÍSES POBRES

Os líderes dos países pobres, quando têm a oportunidade de participar de um encontro com um ou mais países ricos, não podem perder nenhuma chance de tentar conquistar alguma vantagem para o seu país.

Para que tenham êxito em sua empreitada e saiam certos de que conseguiram algum projeto ou investimento para seus países de origem, acabam tendo certos cuidados e procedimentos que os ajudam a ser bem-sucedidos em suas visitas de políticas externas.

Começando com a pauta, que deve ser elaborada criteriosamente, após amplo estudo das reais necessidades de cada país e o seu potencial para enfrentá-las.

Por exemplo: as soluções bio-energéticas para o aproveitamento, como alimento, do esgoto a céu aberto, que está sendo subutilizado.

A busca de financiamentos estrangeiros para a construção de moradia popular feita de sucata de papelão.

A utilização do suco gástrico da população pobre que está sem utilização, pois não comem nada, para ser usada em baterias de automóveis.

As restrições ao uso do bicho-de-pé, muito abundante nos países pobres, como arma militar, que já traz preocupações ao mundo livre.

A instalação de uma montadora de veículos, muito embora ninguém tenha dinheiro para adquirir um, mas para ser visitado nos finais de semana para ver os robôs trabalhando e tomar cafezinho de graça.

Com relação ao local do encontro, a entrada do salão tem que estar decorada com capachos finíssimos com a bandeira dos países pobres estampadas nelas para os ricos pisarem.

Diferente das reuniões onde estão somente os países pobres (um bufê com suco de envelope feito com água da torneira e servido em um balde de pedreiro e canja de pombo, sem pulgas, já que galinha é só para exportação), as reuniões com países ricos é outra coisa. Tem todo o tipo de comida que não dá para participar sem levar um saco plástico de supermercado para trazer para casa.

A vestimenta dos líderes desses países é outra coisa que merece um certo cuidado e ter uma certa uniformidade.

Mangas grossas para limpar o nariz, quase sempre escorrendo ranho.

Sapatos estilo “mocassim” para não ficar muito alto (pode ser chinelos também) e dar sempre a impressão de estar por baixo, deixando bem clara a distância que separa um rico de um pobre.

Um brilho para os lábios e uma bala de menta para estar sempre pronto para beijar as mãos dos líderes ricos.

As calças devem ter enchimentos na altura das nádegas, pois os países ricos sempre acabam passando a mão na bunda dos pobres (é melhor colocar enchimento para não parecer bunda-mole ou pior, acabar gostando e não parar mais de viajar para essas reuniões)

Sérgio Lisboa.

Sérgio Lisboa
Enviado por Sérgio Lisboa em 13/04/2008
Reeditado em 13/04/2008
Código do texto: T943668
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