O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?

Pergunta das mais simples, sempre dirigida às crianças com as quais desejamos iniciar uma conversa, mais ou menos interativa, ao mesmo tempo em que não estamos nada interessados nas eventuais respostas que iremos ouvir. Na maioria das vezes fazemos estas perguntas para agradar o pai ou a mãe ali presentes.

Mas, por incrível que possa parecer, a pergunta deveria ser dita diante do espelho, para nós mesmos, pelo menos uma vez a cada ano. Não estou caducando, ou coisa parecida, apenas refletindo sobre o caminhar. Os espanhóis costumam dizer que “Caminante, no hay camino, el camino se hace al caminar”. Portanto, há que se reavaliar a rota, consultar os mapas, verificar a bússola, o nível de combustível e a pressão dos pneus a cada quantidade de quilômetros rodados. Os automóveis que compramos nos fazem o favor de virem com manual do proprietário, já a nossa pessoa, quando muito, tem mãe diligente. E sabemos o quão prejudicial isto às vezes pode ser.

Assim, cabe a cada um se olhar no espelho e perguntar: o que você vai ser quando crescer? De modo simples e direto, de preferência com honestidade, procure respostas que se coadunem com as etapas de sua vida e àquelas que ainda estão por vir.

É certo que não se está querendo saber se o cidadão vai ser bombeiro ou coisa que o valha, mas sim, se vai ser bom pai, bom marido, profissional satisfeito e equilibrado, aposentado produtivo e contente com a vida que leva.

O mundo que nos criou foi enfático na nossa educação para o ter e o parecer. As qualidades internas do ser humano sequer foram-nos mencionadas. O equilíbrio emocional e social devem um dia ter sido palavrões. É fundamental que se busque isso.

Em recente artigo do Professor Renato Bernhoeft, encontrei algumas perguntas adaptadas de modo que se possa entender melhor a questão do “caminho e suas pedras”. Por exemplo, pode-se fazer a barba e de cara limpa olhar-se nos olhos e dizer “que tipo de cônjuge, ou companheiro, devo ser quando as fases da vida de cada um forem se alterando?”, ou ainda “o que devo ser quando os filhos crescerem e ganharem sua autonomia?”, e, por último:”o que pretendo ser quando minha aposentadoria chegar?”.

Prepare-se, recicle-se e, sobretudo, cuide de sua saúde física e mental para poder desfrutar as respostas a estas e a outras perguntas que certamente você saberá fazer a si mesmo. O planejamento excessivo não faz bem, mas viver aos trancos e barrancos, apenas jogando as bolas para escanteio ou como o rio desce para o mar, não é bom negócio. Viva o seu dia-a-dia com prazer e afinco, mas tenha em mente um norte, uma meta, uma razão para viver, de modo que o Universo possa abençoar os seus sonhos, tornando-os realidade.