Amigas, Amigas Cobras e Cia

Quando Deus criou o mundo, Adão e Eva viviam em plena harmonia com a natureza, até que uma cobra apareceu para transformar a paz e a pureza em milhares de anos de muita sacanagem.

Cobra, isso mesmo, substantivo feminino. Desculpe-me o machismo, mas se fosse “o cobra” talvez o final dessa história tivesse sido outro.

Lembrei-me disso porque tentei, exaustivamente, encontrar uma resposta para todos os meus relacionamentos terem acabado com a interferência de alguma cobra, ops... Quis dizer, mulher.

Há cobras de várias espécies: sogras, melhores amigas, vizinhas, primas e de origens desconhecidas. O veneno das desconhecidas é tão brando, que você quase nem sente. Pode-se dizer o mesmo sobre o das vizinhas. Já o das sogras é muito potente, também. O veneno delas é capaz de imobilizar qualquer norinha, nada que você faça para reverter o veneno surtirá efeito na tentativa de se reconciliar com seu parceiro. Acho que elas são tão velhas, que seus venenos passam anos e anos maturando.

Agora, há um veneno que não é tão potente a ponto de te destruir, mas que te magoa, te fere e acaba com toda a sua dignidade: o da melhor amiga.

Isso, porque cometemos a ingenuidade de contar às melhores amigas sobre as virtudes de nossos parceiros. É como fazer propaganda demais. Extasiar felicidade, certamente, é o nosso maior defeito, e é o que gera na cobra pseudo melhor amiga um desejo incessante de conquistar o seu parceiro. Há várias sub-espécies desta cobra: a terrível cobra “o que é das outras é melhor”, a medonha “preciso provar que sou melhor que ela” e a sanguinária “estou nem aí para os sentimentos da minha amiga”.

Já consegui identificá-las, agora só me resta achar o antídoto para tantas serpentes. Pra dizer a verdade, não sei o motivo por essas cobras agirem de tal forma. Na maioria das vezes, elas acabam conquistando apenas outra cobrinha, que de tão pequena, não vale o preço de uma amizade verdadeira.