MERDA-METÁFORA.

Estava no banheiro fazendo merda.

Dei-me conta da força da neuroligüística sobre a prisão de ventre.

Na grande maioria das pessoas, a prisão de ventre ataca algumas vezes. Em outras tantas, sempre.

Prisão de ventre é uma merda.

Dói, deixa inchado, flatos, mau humor, pele ressecada, insônia.

Então me lembrei. Quando menino agente ouve: para de fazer merda menino!

E menino faz merda a toda hora.

Deveria ter fralda pra todo o tipo de merda. Na cama, na escola, na rua, em todo lugar agente-menino faz merda.

E a bronca é a mesma: para de fazer merda!

Quando agente cresce, fica cheio de responsabilidades, gorduras e gases.

Aí os intestinos não agüentam o tranco e quem sofre é o ânus, o popular cu. Daí, vem a hemorródia. Tem a hemorróida exposta e a interna. Tem a hemorróida até moral, pros caras que fazem "aquele" tipo de merda, saca.

Pois bem, agente internaliza que fazer merda é feio. Liga o nome à pessoa.

E quando precisa fazer bem feito a merda real, a boa, agente fica com o cu arrolhado. Não sai nem peido, eruditamente o flato.

Então, precisamos achar no vernáculo um outro vocábulo para a merda-metáfora e deixar em paz a merda-cocô pra que o ânus da gente não sofra tanto pra fazer uma simpes merda, uma merdinha de nada.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 05/01/2006
Reeditado em 07/01/2006
Código do texto: T94783