VIDA DE PROFESSORA - Rumo à VI CONFINTEA - Encontros Preparatórios.

"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo". Paulo Freire.

Para os grupos e setores ligados a Educação de Jovens e Adultos- EJA, no Brasil, o ano de 2008 se reveste de excepcional importância. Na agenda de trabalho desses grupos, além das participações já tradicionais nos encontros estaduais e nacional da modalidade, coordenados pelos Fóruns, a prioridade agora é a preparação para a VI CONFINTEA - Conferência Internacional de Educação de Adultos- que será sediada no Brasil, precisamente no estado do Pará, em maio de 2009.

Esta Conferência é o evento internacional máximo da área de Educação de Adultos. De natureza intergovernamental, convocada e coordenada pela UNESCO, que já realizou cinco conferências anteriores, (Dinamarca, 1949; Canadá, 1963; Japão, 1962; França, 1985; Alemanha, 1997).O Brasil será o primeiro país do hemisfério sul a sediar uma conferência desse nível, no campo da Educação de Jovens e Adultos.

Com o objetivo de possibilitar o diálogo e a avaliação das políticas de educação e aprendizagens de Jovens e Adultos na esfera internacional, a conferência oportuniza, durante sua preparação, que vozes até então silênciadas se expressem, opinem, organizem suas propostas, participem, efetivamente, das decisões.

Em preparação à VI CONFINTEA, no BRASIL, além de vinte e sete encontros estaduais/distrital já realizados, realizar-se-á cinco encontros regionais e um encontro nacional, até o final de maio de 2008. A partir de um documento base, cada encontro produz/produziu um documento-síntese, que será parâmetro para a construção do documento nacional.

Como representante do Conselho Municipal de Educação de Maceió, no Fórum Alagoano de Educação de Jovens e Adultos, participei da organização do Encontro Estadual, que aconteceu nos dias 04 e 05 de abril, nas dependências do CEFET- Maceió. Durante estes dois dias, representações de alunos (as), professoras (es), gestores públicos, movimentos sociais, conselhos de educação, universidades, sistema S (SESI, SESC) e ONGs , enfim, todos os grupos que trabalham e buscam a melhoria no ensino da EJA, se envolveram na tarefa de produzir um documento–síntese, com o dignóstico da modalidade no estado, proposições e recomendações apresentadas no encontro da região Nordeste, nos dias 23, 24 e 25 de abril, na cidade de Salvador.

Esforço nenhum em estar na Bahia, já que me intitulo “BAIANA POR OSMOSE”. Razões pessoais, sentimentais e quem sabe –gosto de pensar que é assim- transcendentais, me deixam muito feliz por estar lá, mesmo que seja para trabalhar. O encontro foi muito bom, além do que a presença vigorosa da delegação de cada estado foi uma atração a parte. Gente alegre, festeira. Bom conviver com essa variedade de sotaques, de jeitos de ser e viver tão próprios de cada um.

Durante esses dias debatemos, alinhamos, reafirmamos idéias, compromissos, propostas, recomendações da nossa região ao encontro nacional. Ao final, a constatação do quanto somos iguais e diversos. O quanto nos assemelhamos e somos singulares. O quanto somos esperançosos, criativos e corajosos, na defesa do que acreditamos.

Seremos, em número, a maior delegação do Nacional e teremos muito o que dizer, muito a contribuir. Quero ainda ressaltar que meus companheiros e eu, ficamos encantados com as apresentações culturais escolhidas para o evento. Alunas(os) e professoras(es) da EJA nos brindaram com música, poesia, teatro e uma roda de samba maravilhosa, alegrando nossos intervalos. Entre estudos de grupo e plenária sempre havia uma expressão da ARTE convidando-nos a refletir, a apreciar o belo. Afinal, estávamos na Bahia, ora!

Feliz, por mais uma etapa cumprida, me confesso orgulhosa de pertencer a este coletivo de gente séria, comprometida com o que faz, que se empenha e acredita na tarefa transformadora da educação.

"Não posso continuar sendo humano se faço desaparecer em mim a esperança". Paulo Freire.

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." - Paulo Freire.