Revoltas passadas...

Estamos perdidos – o mundo é das mulheres.

(Uma estranha perspectiva a respeito das decisões que tomamos)

Esta é a conclusão que você vai obter enquanto caminha rumo a sua total experiência de vida. Suas decisões não são tão próprias quanto acreditas, e não se trata de um erro que aconteceu: você faz isso a vida toda. Perceba: enquanto é gerado na proteção do útero materno, seus pensamentos (desde sua concepção!) são apenas reflexos dos sentimentos da primeira mulher de sua vida, amigos.

Abaixo as feministas, elas estão mentindo! Devemos a elas unicamente agradecer por nos revelar o contrário da verdade, ou a verdade delas. Falocracia é um termo feminista para descrever a opressão que as necessidades do mercado masculinizado atual provoca. Provoca nelas!

Olhe a sua volta e conte quantas delas estão ao seu redor, te tratando com todo respeito, e é ótimo, pois te faz sentir melhor, não é mesmo? Que plano ardiloso! Sim, elas já invadiram nosso sagrado local de trabalho, querem nossas profissões e cada vez mais nós recuamos. Será ainda preciso lembrar que são elas que mandam na casa, ou você já foi tão absorvido pelo regime “vaginocrata” que passou a vida inteira sem ter sequer uma vez sentido-se morando em uma pensão?

Tente fazer algo por si mesmo, teste-se. Faça sozinho algo que está acostumado a tê-la contigo. Imagino que queira uma dica? Pode ser aterrorizante a idéia, mas vale a pena pelo contraste: vá ao cinema. Você e a telona, quem sabe uma pipoquinha... Sim! Pode ser salgada, com bastante manteiga! Ela não vai estar contigo para reclamar! E quem foi que disse que pipoca com cerveja não combina?!

Não importa o filme, mas se for ruim o suficiente para não prender a sua atenção por mais do que trinta segundos de tempos em tempos, melhor será o resultado. Saia do cinema sem sentir-se culpado, até no meio da sessão se quiser! Aprecie a ocasião, faça apenas o que quiser, não se preocupe em chegar em casa cedo.

Resta descobrir a melhor resposta para a pergunta: o que vai realmente mudar fazendo isso? Não sei em você, mas sei que cada vez que fiz algo do gênero tive diferentes sensações, e te aviso que a culpa é sempre a primeira. Depois a sensação (é horrível ter que usar esta palavra, mas que fazer?) indescritível de liberdade veio se consolidando, conforme sumia a culpa. O caminho para sua própria liberdade interior é cheio de altos e baixos, pedras soltas e curvas perigosas...

Sei que está pensando o que vai dizer quando chegar em casa... Ford! Olhe o que elas fizeram de você! Bem, vamos ao momento mais delicado, afinal tudo são maravilhas enquanto não temos de explicar o que foi feito de nosso próprio tempo. Não crie boas expectativas, prepare-se para o pior. E o pior você já sabe:

- “Onde você estava?! Fiquei tão preocupada! Porque você não ligou para me avisar que chegaria mais tarde!?”

Argumento muito usado quando elas não desconfiam de nada, aquela fase em que elas ainda acham que só estávamos trabalhando. Note a repreensão, a sutileza que elas usam para nos incutir o sentimento de culpa. Não se engane, entenda como “Seu mau-caráter! Você estragou tudo com esta atitude irresponsável!” (Tudo o que mesmo, hein?). Assim fica mais fácil, já que pelo menos parece ter uma razão, lidar com os gritos sem motivo e os choramingos seguidos de “Não foi nada!”.

Melhor maneira de resolver o problema: seja sério ao dizer que se ela estava preocupada, ligasse para seu celular (Que isso?! Afinal, estamos no mundo moderno!) ao invés de ficar se preocupando. Não! Jamais diga que ela se preocupa à toa, seu mal-agradecido! “Com tudo que eu faço por você?!”. Oquêi, você quer apelar... eu compreendo, você está se sentindo ameaçado. Peça-lhe (quase chore agora) para não ser o único responsável pela tranqüilidade dela... aí emenda o argumento do celular de novo... agora eu tenho certeza que ela vai engolir.

Outra:

- “Acho que você não me ama mais... Fica fazendo essas coisas comigo!”

Fazendo que outras coisas além de chegar um pouco mais tarde? Segure-se, você sabe que a nossa melhor resposta não é o que ela quer ouvir: “Eu ainda te amo sim!”; muito menos o que na verdade queremos dizer: “E você já se perguntou o que fez para merecer isso?”. O último homem que insinuou esta frase hoje baba quando ri.

Encare a situação como um homem, e não como o rato que sua mãe criou para ser diferente da párea do seu pai. Para começar, você deveria parar de tentar argumentar com frases lógicas e razoáveis. Faça um ensaio com falas sem muito sentido, mostre-se desesperado, de forma que você, sem muitas palavras, vai dar a ela o que quer: sua submissão, como sempre. Entenda que, por alguns momentos, ela achou que perdia o controle sobre você, e até que ela se sinta com as rédeas novamente, ela vai te massacrar discutindo o relacionamento, e só vai parar mesmo depois que tiver certeza, como quando um predador paralisa totalmente a presa que desiste de lutar e se entrega, de que você não irá reagir.

Não se torture mais, afinal você é um homem de bom coração, não merece isso. Você merece o conforto de sua opinião sobre sua própria vida. Mas que seja sua, não reflexo da pressão destas que lhe cercam.

Daqui a pouco estaremos consolando-nos uns aos outros por motivos bobos, esqueceremos a exatidão segura dos números, preferiremos menstruar a cada vinte e oito dias do que a andropausa, seremos muito mais carentes de atenção. E o pior: faremos fofoca para tentar retomar o falso controle de nossa vida.

23 de Janeiro de 2004.

Aspirante da Vida
Enviado por Aspirante da Vida em 30/04/2008
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