O JORNALISMO COLABORATIVO E A NOVA LEI DE IMPRENSA

Vivemos um novo momento na imprensa brasileira. Estamos aprendendo a conviver com o jornalismo colaborativo. Agora, a internet dá voz para os leitores. Esses deixaram à posição cômoda de leitor para se transformar em um leitor/autor e até co-autor.

Escrevendo artigos ou deixando comentários (que se transformam em um artigo a parte ou até na continuação do próprio texto), os jornalistas colaborativos usam de sites e blogs para expressarem suas inquietações, opiniões e desabafos.

No dia 3 de maio é comemorado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e o debate em torno dela está ativo, quando se discute as responsabilidades do jornalista e do meio de comunicação que vincula as notícias. A nova Lei de Imprensa é defendida com certos cuidados. Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, “quem escreve tem de ser, de alguma forma, responsável pelo que escreve. E quem é afetado por algo que não é verdade, que é uma calúnia, que é uma injúria, que é uma difamação ou afeta a sua reputação, tem o direito sagrado de defender sua honra e recorrer à justiça”.

É um longo debate no qual a sociedade e os jornalistas deverão se mobilizar para discutirem a nova Lei. O que é importante também, para nós jornalistas ou não, é preocuparmos com a qualidade de nossos textos e sabermos usar cada espaço democrático de forma educada e respeitosa. Aprender a ler diversas opiniões, sem cair em um debate nos quais palavras chulas e preconceituosas sejam protagonistas de um espetáculo medíocre. E, sim determos em debates positivos, que alertem até o próprio autor do referido artigo.

O grande perigo do jornalismo colaborativo é com o tempo ele perder a credibilidade, devido as notícias com fontes duvidosas e textos jornalísticos com teor arrogante e até incisivo. Devemos permitir que haja uma pluralidade do assunto tratado, como, por exemplo, ouvindo opiniões diversas. Claro, que quando se escreve um artigo, o autor está expondo a sua opinião. Porém, saberá que vai atingir os que concordam e os discordam com o seu ponto de vista. Nesse caso é necessário o discernimento do autor e dos leitores para o uso das palavras adequadas que somarão ao debate proposto.

O jornalismo colaborativo veio para diversificar as informações e trazer novos pontos de vistas para os leitores e não para depreciar as informações e duvidar da inteligência do leitor. E viva a democracia!

Entenda a nova Lei de Imprensa

Câmara iniciará debate sobre nova Lei de Imprensa, anuncia Chinaglia

Roberta Lopes

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Câmara dos Deputados vai iniciar o debate sobre uma nova Lei de Imprensa, segundo informou hoje (29) o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), durante discurso na abertura da 3ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa.

"Vamos fazer esse debate de maneira pública e, evidentemente, o Plenário será soberano, aquilo que qualquer Plenário de qualquer parte do mundo vier a decidir é a expressão da vontade popular", destacou Chinaglia, sem informar quando as discussões devem começar.

Segundo ele, a análise da nova Lei de Imprensa será feita com base no direito do cidadão de ser bem informado, que deve ser “o fio condutor que nutre [tanto] a própria imprensa quanto o Parlamento”. De acordo com o presidente da Câmara, o debate ocorrerá “à luz dos direitos humanos, à luz da ampliação daquilo que é absolutamente inegociável, que é o direito à informação, o direito à liberdade de expressão".

Chinaglia disse ainda que a Lei de Imprensa atual (Lei nº 5.250, de 1967) se tornou anacrônica. Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF), com base em uma ação ajuizada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), suspendeu no último mês, por meio de liminar parcial, 22 dispositivos da Lei de Imprensa em vigor. Com isso, foi suspenso o andamento de processos até o julgamento do mérito da ação.

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que também participou da abertura da conferência, destacou a importância do papel da imprensa como meio de expressão popular. Para Garibaldi, o Parlamento deixou de ser "a voz do povo" e, com isso, a imprensa acabou se tornando uma "caixa de ressonância da população".