Nosso Candidato

Esta semana eu fui obrigado a encarar, de forma puramente teórica, a situação da dengue. Como muitos, admito que sabia quase nada sobre a doença ou seu portador. Até porque estava me ocupando com os engatinhadas do processo de eleição do próximo prefeito. Mas como o índice de fatalidades, que há tempo passou de dois dígitos, continua subindo, não tive mais como ignorar a questão. Coloquei-me a pesquisar tudo nos arquivos jornalísticos e fiquei espantado com o que encontrei. Acusação pra cá, reunião pra lá, tenda pra todo lugar. Parece filme dos Trapalhões. E tudo isso pra resolver um problema existente a mais de vinte anos! (Na realidade a mais de 400)

Enquanto isso nosso técnico de informática publico (o prefeito) se absteve de qualquer ação inclusive negando a crise, nosso guia turístico (o governador) tentou -claro- se distanciar do escândalo, e nosso malabarista (o presidente) reagiu com sua resposta clássica. Por falar em ‘não saber‘ vocês sabiam que até pouco tempo não havia nem uma morte de dengue em Niterói? Isso mesmo, nem mosquito gosta de lá. E enquanto isso o mosquito continuou sua ação mavórtica.(vai comprar um dicionário)

Foi então que me veio abruptamente como um assalto em Copacabana. A única figura publica agindo com qualquer eficiência é o próprio mosquito. Esquece o bloggueiro, o hippie e o bispo, quem deveria concorrer a prefeito é o Aedes Aegypti. Vejam só o camarada já tem até nome artístico. O que mais falta? Currículo político? Já é sanguessuga, e o resto ele aprende com tempo. Também não deixaram a barra muito alta pra ele neh? Nosso atual prefeito já teve deus sabe quantos anos pra fazer alguma coisa e olha o estado da nossa cidade maravilhosa.

Mas não acontecerá, claro. E novamente a lógica não predomina. Mas na verdade é melhor assim porque acho até covardia ele concorrer. Afinal ele vem vencendo a 400 anos.

Pedro Widmar
Enviado por Pedro Widmar em 04/05/2008
Código do texto: T974564
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