NÃO MINTO - 6

Evaldo da Veiga

E aquele choro, aquele derretimento, que não fica nada bem, para nós, seres ditos como bem resolvidos, Como explicar? Apelamos para a mentira por omissão?
Atos íntimos, aqueles, difícil de dizer e justificar. Explicar como? Uma coisa toda nossa, que fazemos, aprovamos, mas não temos coragem de dizer, mostrar então... A moça linda, cheia de graça, com o dedinho no nariz, procurando o quê? Ah.. aquela meleca “pintou” era ela mesma que a garotona procurava? E encontrou. Fazer o que com o melecão tão grande que veio de um narizinho lindo? Com jeitinho colar em algum lugar. Que tal debaixo da tábua da mesa?
Quem vai ver? Ninguém? Sei lá...  Dias depois o namorado depositou uma melecona naquele mesmo lugar. Isso é o que podemos chamar de coincidência!!!
Muitos atos precisam de uma mentira como guardiã. Quem pode dizer com verdade o que fez da sua mais Santa intimidade? Eu não digo. A mentira é feia, só existe pra ocultar a feiúra maior, que é a verdade, penso eu, à vezes...... Quem diz que não mente, muitas vezes, está querendo que o seu retrato seja real mesmo na mais plena falsidade. A beleza só está na verdade? Sei não... Quem sabe, não talmente? O perfeito não existe. O negócio e se demonstrar como é, a maneira mais econômica de ser. Bobagem querer partilhar a beleza perfeita que não existe. E a Periquita da mulher amada, que bonito!!! Pra sentir o que ela é em verdade, só acreditando em suas mentiras de pureza. Ou sendo prático, gostando da vida como ela é. Amando-a com todos os seus pecados. INÚMEROS!!!...
Quem pode dizer quantos pecados uma Periquita já cometeu?

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