QUANDO FUI MÃE...

Falar da maternidade sempre me deu prazer.

Fui mãe pela primeira vez aos 20 anos, ansiava por isso.

Desde a mais tenra idade, brincava de ser mãe. Tinha várias bonecas de pano, feitas por minha mãezinha.

Em época de milho verde no sítio, escolhia as espigas com cabelos pretos, loiros e vermelhos, eram as minhas filhas.

Quando engravidava, começava a sonhar com o bebê que Deus me presenteava.

A minha primeira gestação foi de alto risco, mas em momento algum, murmurei, só pedia para Deus me permitir parir a minha filhinha tão amada.

Nasceu a Fabrícia, precoce, quase oito meses, e apenas dois quilos, não havia sobrancelhas nem unha, muito menos cabelo no meu bebê, mas eu a olhava e a achava a criança mais bela da terra.

Amamentei com muita alegria, mas ela era alérgica ao leite materno, foi preciso tomar leite de soja até os seis primeiros meses, lamentei um pouco, queria tê-la alimentado em meu seio.

Fabrícia cresceu e aos três anos, ganhou uma irmãzinha, a Fernanda. Nandinha nasceu sem qualquer dificuldade, era um bebê bonito, todas que a viam admiravam-se de sua graça, ela já olhava para as pessoas sorrindo, eu me enchia de orgulho, ela foi amamentada por mim, mas logo quis comer coisas mais fortes, nunca adoeceu...Quando tinha três anos, nasceu a Flavinha, eu a olhei, vi a minha fotocópia, cabelos negros, lisos, olhos puxados, dei risada por me ver naquele ser tão fofinho. Flávia era a graça da casa.

Tempos passados... Infância, adolescência e juventude, Hoje vejo os meus presentes já grandes, todas moças belas, estudiosas e penso: Missão cumprida, mas logo volto atrás.

Afinal, quando acaba a missão mãe? Creio que nunca. Maria, mãe de Jesus, até quando ele estava sendo crucificado, queria fazer alguma coisa pelo filho, foi preciso que o Cristo lhe dissesse que dali para frente, ela seria mãe de outras pessoas, que a sua missão já havia completado. Será???

Lembro de uma lenda que se passara na China, onde todas as pessoas idosas eram desprezadas na montanha para morrer longe da aldeia. Um dia, a mãe do rei, já idosa adoeceu, e seu filho foi levá-la para a montanha para lá ser abandonada. À medida que caminhavam no meio do mato, o rei observava que a sua mãe quebrava galhos, chegando até o local onde ela seria deixada, o seu filho lhe pergunta: - Mãe, por que a senhora vinha quebrando galhos enquanto caminhava? Ao que ela respondeu. – Meu filho, para que ao retornar, você não se perdesse pelo caminho. O rei, muito comovido pegou a sua mãe, levou-a de volta para a aldeia e baixou um decreto dizendo que a partir daquele dia, nenhuma pessoa idosa seria abandonada para morrer na montanha e sim, teria toda a honradez.

Ser mãe é muito mais do que podemos imaginar, é amar sem medida, é doar-se por amor ao filho, é querer sofrer em seu lugar, é sentir prazer com sua alegria, chorar com as suas dores, ser mãe, é algo sublime, até mesmo inexplicável.

Hoje, posso entender o que minha mãe sempre falava: - Quando for mãe, entenderá porque eu continuo a zelar por você, mesmo com a idade que tem ( a isso eu chamo de amor que cuida).

Minha mãe sempre foi uma pessoa presente, me deu amor, carinho e uma boa educação, o mesmo eu fiz com as minhas filhas.

Onde falhei, peço perdão, mas com certeza eu as amei e as amo além do imaginável.

Se um dia for preciso me afastar delas, quero que saibam de onde eu estiver estarei orando por cada uma, pois o meu amor é único e incomparável por cada filha, e, sempre estarei intercedendo em prol dos meus três presentes imerecidos: Fabrícia, Fernanda e Flávia.

À todas as mães, desejo não só um feliz dia, mas que tenham todos os dias de bençãos. Ser mãe é privilégio dado por Deus.

Adi
Enviado por Adi em 10/05/2008
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