Jornalista

Tenho à minha frente uma tela em branco que necessita ser preenchida. Tenho mentes com necessidade de conhecimento, informação. Todos precisam de informação.

Tudo teve ser claro, direto, conciso. E isso é o que não consigo. Não que eu goste de enrolar as pessoas, não mesmo. De gente deste tipo a profissão já está cheia. Eu só queria ter tempo para me explicar, me estender. Conversar com o leitor.

Traços em meu pulso que se movem com rapidez de cavalo de corrida. Os ponteiros do relógio avançam sem dó nem piedade. Sim, sem dó nem piedade! Não venha me impedir de usar ditados e clichês, aqui eu posso. A profissão é um clichê, por que não posso usufruir disto?

Tantas coisas pra fazer e o tempo não para, como já nos contara Cazuza. E o frio, que normalmente aumenta minha vontade de trabalhar, está me deixando com sono. Entretanto não posso ter sono, tenho que ter força, atitude, ação, matérias escritas até o fim do dia. Tenho que ter café.

Trabalhador. Sou trabalhador, sou cidadão, sou urbano. Vou ao shopping, faço faculdade, uso mochila nas costas. Crio cães, falo ao telefone, beijo, brigo com minha irmã mais nova. Sou gente, sou humano.

E como humano necessito de informação para sobreviver. E como jornalista vou ter que ir até ali buscar a informação e já volto...

Carol Porne
Enviado por Carol Porne em 12/05/2008
Código do texto: T986651
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