A Memória do Corpo
Muitas de nossas emoções são reguladas pela memória do corpo, que por sua vez, é diretamente proporcional à intensidade da memória guardada no coração.
Sim, porque há pelo menos dois tipos de memória conhecidos: a emocional e a racional. A última é a que te faz lembrar que a prestação do carro está para vencer. A primeira é aquela que provoca reações químicas e fisiológicas no seu corpo, tais como arrepios, borboletas no estômago, lágrimas, sorrisos.
Quando alguém que amamos parte, leva consigo um pedaço nosso. Do coração, para romantizar. E passam-se meses, anos, e aprendemos a conviver com a perda. Nossa memória racional não nos deixa pensar nisso porque já não faz parte de nossa vida prática.
O problema é que o corpo tem sua própria memória, inteligente e completamente independente da vida chata do cotidiano. E ele sim, sente falta. É a memória do corpo que clama por sua parte perdida.
Se um homem perde a mobilidade de seu braço direito, ele aprende a escrever e desenhar com o esquerdo. Mas seu corpo nunca esquecerá a perda do direito. Ele existiu e se foi. E para alguns privilegiados, ainda está lá.
Por isso dói, a perda.