BICHO PAÍS

Sonhei que estava em um País diferente: Bichozil. Lá só tinha animais. Animais selvagens, terrestres, aquáticos e cada um tinha a sua função. O Rei Leão era o presidente do País, tinha um dedo a mais e cuidava de todo o seu povo com amor e dedicação. Macaco Caco era o seu ministro da Economia e fazia questão de vigiar de perto o preço da banana. Afinal, não eram só os macacos que gostavam dessa fruta.

Tudo estava na perfeita harmonia. Os cães respeitavam os gatos e vice-versa. A diferença aqui era respeitada. Os galos e suas respectivas galinhas tinham a segurança do soldado Cobra Macho, que não deixava que as raposas se aproximassem. Essas entendiam o recado e mantinham tranqüilo o cotidiano.

Nos restaurantes populares, comida farta e boa feitos pelos cozinheiros Patos. E a alimentação era composta por verduras. No Bichozil, os filhotinhos iam para a escola aprender a latir, uivar, miar e, mais, aprender a ter educação, civismo e amor ao próximo.

O professor Coruja Jajá tinha essa preocupação, assim como toda a escola. Depois das aulas, os filhotes iam para o lazer. Brincar um pouco não faz mal. Mas depois, iam aprender outras disciplinas para garantir o futuro. Desde cedo é que se torce o pepino.

Mas nem tudo eram flores no Bichozil. De vez enquanto, saia no Diário do Bichozil:

“ Gato mata cão por causa do latido” ou “Cadela afoga filhote e não sabe por quê”.

Eram exceções. A criminalidade não chegava próxima aos números exagerados dos países humanos vizinhos. E, quando acontecia, esses tipos de crime no Bichozil, os bichos se reuniam para cantarem o hino do País. E cada um com seu credo, pediam que a Mãe Água protegesse os animais das influências negativas dos humanos.

Todo o fim do dia, os bichos reservavam um tempinho para apreciar o Pôr-do-sol e ouvir a cachoeira. Sentir a brisa e o cheiro da mata, abraçar o amigo e lamber quem ama. Assim era o Bichozil...

Tiro! Correria! Choro! Meu Deus...

Acordei. Pela minha janela vi bandidos e policiais trocando tiros na principal avenida da cidade, do meu querido Brasil. Deitei de novo... Como queria viver no Bichozil.

Liguei à TV e vi no noticiário: “O mundo se mobiliza para ajudar os chineses no pior terremoto das últimas décadas”. É... acho que esse mundo dos humanos ainda tem uma esperança.

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