Inté!!!!

Escrevo pra me visitar.

Faz tempo que não me visito. Nem faço faxina. Ou troco a roupa de cama. Calma. Calma. Não tem nada mofado, molhado ou sujo. Nem tem poeira.

É que como as janelas estão muito abertas e o sol entrando sem reservas, não dei conta que preciso mudar o lençol... lavar a janela e consequentemente, a mim.

Estou em fase de lua nova. Nova lua me ronda. Novos raios solares me aquecem.

Despedi a velha empregada.

Reorganizei o velho armário.

Mudei de lugar a estante.

Aumentaram os llivros! E as pessoas...

Não tô mais desfrutando da minha companhia sozinha...

Meus filhos estão crescendo.

Já teve audiência... e a guarda é minha!

É o tempo... condutor de nossas angústias e organizador de nossas emoções. Assim sem que a gente tenha nem idéia de como faz isso!

Princípio. Meio e Fim. De repente parece que no fim virou o começo. Inverso. Desconexo. Perplexo. Totalmente sem nexo, sem sentido e vazio. Resta saber se esse vazio que observo no outro não é fome..... quem saberá?!!!!!!!!!!!!!

Onde tô eu no meio disso tudo? Onde tá meu sonho. Meus sonhos. Desejos pequenos e grandes? Espaço pra tudo isso?

Revendo o tempo vejo que palavras ditas por escrito foram desnecessárias. Invalidadas... Descartadas. Descabidas. Inviáveis... e o pior, inverdades que ditas de modo profano quiseram sacralizar o que não existe.

Claro que me pergunto: pra que tudo isso?

pra onde

pra causar o que em quem?

qual o objetivo?

E confesso que responder tais perguntas se torna obsoleto. Efêmero e inoperante. O desnível chegou a tal ponto que só pedidos de Luz e Amor podem reconectar o Universo à realidade outra vez.

Sei que o tempo está passando. O cronômetro está marcando. A areia está correndo. Os anos se aproximando e você, brigando sozinho com seus fantasmas de uma ópera decaída. Desgastada. Rasgada. Suja e solta no ar. Velha.

A coxia não mais reconhece suas vestes e o palco já não abre espaço pro seu espetáculo. Você está se tornando um show. Não de calouros ou de grandes festivais de mpb. Mas um show de bobo da corte que fantasiado com roupas coloridas desbotadas não faz rir nem o mais alegre dos reis.

Suas parcas argumentações já não convencem o mais antigo palhaço. Não convencem a mais nova criança. Não envolvem mais as mais tolas expectadoras do auditório. Ou seria platéia? Não sei... não ouso dizer que tenha tido algum dia, platéia... diria talvez, que teve expectador que com grande expectativa pensou que você ia dar boa coisa, boa pessoa, bom profissional, bom filho, bom marido, bom pai.

Não se tornou nem você mesmo. Um pena...

tinha tanto de você em você.. pelo menos assim eu via. Acreditava. Torcia.

À medida que passa o tempo mais se cristaliza sua inoperância, sua inconstância, inconsistência, involução. O que me intriga é a capacidade de articular o nada com coisa nenhuma e querer de todo jeito que saia o tudo dai!!!!!! Meu Deus... que coisa essa...

Para sua informação quero dizer: O tempo meu caro, como dizia Cazuza, não pára. Não vou pagar o analista pra me dizer o que já sei!

Analiso de forma marxiana que seu processo trabalhista lhe rende desafetos e deseganos. Onera sua energia no Universo e gasta a tinta do destino em querer forçá-lo a escrever em linhas tortas o que já é tatuado em linhas certas. E nas entrelinhas do texto está não o que você de fato quer dizer mas o que não assume que não pode e não consegue.

Pare com isso. Siga sua vida. Seu caminho. Acenda sua estrela. Dê luz própria a ela. Crie um satélite natural ao seu redor e ilumine-o com sua luz. Busque essa luz. Pare de bancar a mosca varejeira sobrevoando o doce alheio. Ponha a mão na massa e APRENDA a fazer o próprio doce. Faça doces da própria vida. Aprenda a ver os ensinamentos de outro jeito, olhe pra você, pro seu coração e veja o que nele habita.

Observe sua vida, a construção do que está fazendo e que tipo de argamassa utiliza, que rejunte cola os azulejos... que cores têm as tintas de suas paredes.

utiliza sua oportunidade de estar AQUI, AGORA, nessa chance única de viver com essas pessoas maravilhosas que vos rodeiam, para melhorar suas atitudes, pra crescer, pra ver que seu veneno vai ser tomado por você mesmo e que muitas oportunidades está desperdiçando.

O amor é pra todos que o buscam. Praqueles que abrem os braços e o acolhem sem cortar ou ferir suas asas.

Para os que sobrevoam seus pensamentos com coragem de ver os desfiladeiros mas NÃO se atirar neles...

Para os que são capazes de fechar os olhos e sentir na pele a pele quimicamente sintonizada do outro sob e sobre você. Em você. Por você. Com você.

O amor é pra todo aquele que se vê não no outro mas em si mesmo justamente por estar com o outro. Pra quem tem disposição de conferir na madrugada, as estrelas escondidas sob as nuvens de chuva! E junto com a água que chove, envolver em abraços os olhos estrelados de quem ao seu lado, está.

O amor não é feito, definitivamente, de peito, bunda, perna, boca. Mas tudo isso num conjunto perfeito que soma PESSOA ALMA CORPO SENTIMENTO GENTE...

O amor é a mais pura substância capaz de amortecer as dores e nos calores dos abraços, enaltecer as alegrias refazendo assim, a pessoa.

Cada célula envolvida pelo amor é capaz de ultrapassar fuso horário, meridianos e disputa de igual pra igual com os movimentos de rotação e translação quem vai girar em torno de quem se ama, primeiro.

Eu tôrço de todo meu coração que ainda seja possível você encontrar um sentido pra sua vida. Um motivo pra acordar. Uma razão pra significar trabalhar e fazer desse trabalho não só a relação custo-benefício, mas uma realização existencial em parceria com o Universo,afinal, você está aqui mas não fica pra sempre...

Tenho não só observado como sentido seu comportamento mesquinho, leviano, incontido, surreal, desmedido, desumano e inadequado. Sou obrigada a confessar: Lamento.

Não consigo sequer, sentir pena de você! Na verdade, escrevo e escrevo mais pra me entender nisso tudo do que pra entender você. Não, não, você nao. Pra entender quem sou eu nesse gueto que você criou e SE aprisionou.

Lamento profundamente você desperdiçar seu tempo com sandices improváveis, impalpáveis, sonegando ao invés de impostos, seu posto de sujeito da própria vida.

Suas tolices em me acusar de coisas que nem faço nem sou, estão levando você mesmo a situações vexatórias e insanas. E mais uma vez sou colocada em questão. Suas atitudes de xeque-mate não estão dando certo por uma única razão: Não jogo xadrez com você.

Percebe que no seu tabuleiro seu adversário é você mesmo?

Se eu pudesse fazer um pedido a Papai do Céu com o coração de criança eu diria:

"Agora meu Senhor vem restaurar-me e curar-me, preciso da tua mão, vem me levantar..." já canta Aline Barros e eu completaria dizendo:

PERMITE SENHOR QUE SEUS FILHOS OBTENHAM DIA APÓS DIA, DISCERNIMENTO, PARA PERCEBEREM QUE A ESCURIDÃO É APENAS AUSÊNCIA DE LUZ, QUE A TRISTEZA É A OUTRA FACE DA ALEGRIA E QUE MEU SEMELHANTE É A OUTRA FACE DE MIM MESMO.

E dessa forma estaria feito meu pedido para que nas águas caudalosas da vida, você possa encontrar uma bóia e salvando a si mesmo encontre a verdadeira razão de estar aqui e agora.

Estaria feito meu pedido pra que você compreenda que existem pessoas que passam por nós mas não ficam e outras que se passam não necessariamente precisam deixar algo também....

Aí sim você entenderia que nós seres humanos estamos todos de passagem e não importa se o lugar que ocupamos é na 1ª classe ou no último banco... Tudo depende da companhia, do intinerário, do tempo!!

Essa grande aventura que é a vida não existe pra que a desperdicemos com bobagens e atitudes irrefletidas. Ela existe pra gent agregar valores, amigos, crescimento.

Nesse momento eu me despeço de você. De sua existência parca. De sua insofismável fraqueza com que rega sua lua e seu sol. Procure cuidar do seu arado. De suas infrutíferas terras e regue suas mudas insalubres.

O que já não me cabia virou pó. O quejá não lia virou traça. O que me permite o Universo é criar uma rede de proteção de alta tensão onde dentro dela caiba apenas quem eu escolher.

Que todas as energias boas do Universo contemplem minhas palavras. Amém.

26/04/2008 00:30 p.m.

FADA SININHO
Enviado por FADA SININHO em 17/05/2008
Reeditado em 22/01/2011
Código do texto: T993363
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