AS VOZES MUDAS

Há quanto tempo deixo gravadas as minhas impressões nas crônicas, poemas, contos?... Quantas crônicas, poemas e contos já tenho queimado, então?!...Muitos... Quantas crônicas, poemas e contos o fogo destruiu?!... Mas a vizinhança de um Ser Angélico, tão próximo ao meu ser, é de um fogo inextinguivel, pois quanto mais crônicas, poemas e contos vão nascendo e, que depois são queimados, não conseguem extinguir a mais pura essência, porque consumo-me na Presença, que adivinho, tão perto de meu ser. É como se eu caísse em sono constante e, depois despertasse em novas auroras.

Ó Mundos Imensos, que vejo e sinto com uma força vibradora de harmonia... O transe porque passo, por tempos indeterminados, são fluidos geradores ao alcance da paz.

Que eu possa dizer com fidelidade tudo o que faz parte do meu mundinho?!... As mínimas impressões quero relatar com fiel absolutismo. O simples tocar num objeto de madeira, desperta a vida e, faz sentir-se e ouvir-se com esse toque as vozes mudas, que ainda não manifestaram-se.

Agora vejo com nitidez profunda e, sinto com uma calma vibrante, o nascer dos fluidos geradores, que enfebrecem o meu ser, numa atmosfera estonteante, transmitindo toda essa vida, apenas oculta pela Névoa Fragílima e pouco espêssa.

Vislumbro em tela panorâmica o nascer e morrer das Luzes...

Nesse nascer e morrer das Luzes, está o êxtase mais puro e verdadeiro na sua mínima essência... O êxtase que atinge de mansinho o mais alto grau do discernimento.

Aninha Caligiuri
Enviado por Aninha Caligiuri em 16/01/2006
Código do texto: T99675