MUITO ALÉM DE ELEIÇÕES
Chegamos à reta final em mais uma campanha eleitoral (ou seria eleitoreira?!). Enfim o eleitor terá algum descanso até à próxima campanha – porque a maioria dos candidatos briga dizendo–se a melhor opção, desde que nos comprometamos em “elegê-los”.
Conforme o Aurélio, eleição significa a “escolha, por meio de votação, de pessoas para ocupar cargo”.
Subtende–se que, numa situação onde muitos teriam condições de representatividade, a escolha por meio de votação, colocaria um fim na hipótese de queixas após a indicação de algum dos aptos a ocupar a função.
Com o tempo, a motivação foi colocada em segundo plano, para que, o poder econômico, o medo de prejuízos, interesses escusos, a opressão e a coerção entrassem em cena, e a escolha livre e democrática fosse transformada num jogo de poder, onde vale tudo e os fins justificam os meios – isso não é nada bom para o futuro da nação.
Entre os absurdos, existem algumas máximas:
“Rouba, mas faz” – como se esse fazer alguma coisa, fosse mais importante que o caráter;
“Segundo as pesquisas de opinião, vai ganhar – por isso voto nele” – como se o mais importante para o eleitor fosse votar em candidato que garante a “vaguinha”;
“É o mais preparado” – como se os demais fossem incapacitados de aprender a administrar;
“Irá arranjar um emprego para mim” – como se administrar ou representar o eleitorado significasse retribuição com um posto de trabalho etc. etc.
A realidade de uma sociedade estará sempre Muito Além de Eleições – isso é tão sério que em nossa pobre e podre sociedade, os políticos de plantão passam o período de campanha eleitoral, comprando a consciência de muitos ou jogando lama na concorrência; após a eleição esperam a próxima campanha eleitoral para repetir o “discurso” vazio.
Assim, assistimos alguns episódios da vida nacional, nos últimos trinta anos:
O fim da ditadura militar com a abertura política, a volta dos exilados e a Nova República (que de nova tinha somente o nome);
A mudança no nome das siglas dos partidos, e a constante troca de partidos – que levou em alguns casos, quem estava no PDS passar ao PT e vice-versa;
A alternância de poder entre correntes políticas adversárias, sem que houvesse mudança no perfil da classe operária...
Em termos de política partidária, não existe esperanças a curto ou médio prazo – simplesmente porque, quem está “mamando” continuará “mamando”. Ao povão resta o consolo de ser livre para “chupar o dedo”; porque vivemos muito aquém da democracia...