CONTRADIÇÕES NA EXISTÊNCIA...

Quando olhamos o mundo em derredor, é possível perceber inúmeros vestígios de perfeição, em cada detalhe, da criação natural – mesmo do que sofreu a ação transformadora do ser humano como plantas e árvores geneticamente manipuladas...

O movimento dos astros e estrelas no firmamento, as estações do ano, os alimentos de origem vegetal, o mapeamento genético de células humanas ou animais, etc...

Em contrapartida, as relações humanas – com todas as condições de ser sistematicamente organizadas, estão cada vez mais frágeis e enfraquecidas...

Observa-se que, uma pessoa está falando de uma coisa; e a outra entende diferente.

Isso me faz lembrar a anedota do diálogo entre dois caipiras meio surdos, que passavam distanciados um do outro – um deles ia pescar; enquanto o outro capinava sua roça:

– Vai pronde cumpadre...

– Vou pescar...

– Ah, ta bão... Pensei que ia pescar...

– Não... Eu vou é pescar...

Nossa formação cultural foi fortemente influenciada pelo elemento “religioso”... Perceptível no nome de muitas cidades e sua nomenclatura...

Expressões como santo do “pau-oco” e outras normalmente usadas e, sua origem, demonstram que temos essa forte influência religiosa em nossa origem...

O problema é tão sério que, a religiosidade brasileira foi transformada em elemento folclórico:

As festividades religiosas populares estão misturadas com festas profanas, a tal ponto que, quando se fala na Festa do Santo ou Santa, padroeiro ou padroeira, as pessoas dizem se foi boa ou não, pelo tipo de cantor (a), grupo, conjunto, etc.

É interessante observar que, na maioria das vezes, a letra das musicas, os gestos, etc. desses convidados ilustres, contrariam completamente os princípios éticos e morais que são defendidos pelos religiosos de plantão...

Pense na letra de uma canção que fala muito sobre bebedeira, prostituição, etc... Vale salientar que, algumas músicas são um convite explícito à vida desregrada:

“A meia noite, tudo é permitido, mulher casada troca de marido”...

“Beber, cair e levantar”...

“To nem aí”... etc.

Os mais otimistas dirão: “São as CONTRADIÇÕES da existência”...

Tudo bem são as contradições da existência... O problema é que, essas contradições foram empurradas “goela abaixo” e, agora, complicam a vida de todos, porque estamos MARAVILHOSAMENTE desprovidos de uma sociedade que adota como padrão ético e moral o bem–estar–comum...

Algum leitor poderia argumentar que “cuide da sua vida que cada um cuidará da sua”.

Se fosse apenas isso, o dilema seria de fácil solução; contudo,.os mais afetados são justamente os causadores do problema...

Por exemplo:

Quem gosta de ouvir som (no automóvel), em volume excessivamente alto, prejudica outras pessoas agora (especialmente enfermos, enlutados, crianças, idosos...);

As conseqüências irreparáveis virão (“na calada da noite”), com os danos irreversíveis no aparelho auditivo.

Quem fuma ou bebe, trará prejuízos à família, vizinhos, etc. agora; Contudo, as conseqüências virão...

O que as instituições como a família, a igreja, a escola, etc. têm a ver com isso...

Aparentemente é uma questão relativa... Na prática, são responsáveis diretos pela formação do jovem pra um futuro melhor...

Por essas e outras, estamos vivenciando a era da sociedade pós–superficial, onde o ser humano luta para ser “livre para fazer o que quiser” – mesmo que isso signifique explicitamente o pior...

Mesmo que isso implique uma existência cheia de CONTRADIÇÕES...

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 28/04/2009
Reeditado em 28/04/2009
Código do texto: T1564792
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