(Texto inspirado no texto de Gilda.)

Um bom amante é aquele que despi sua amada sem pressa pela nudez, mais que tem ansiedade pelo sexo, tem certa expectativa de desnudar o seio depois de tocá-los por cima da roupa com as mãos quentes...
 
Basta um suspiro mais afoito da amada que nem é preciso pedir... Ele vem e se perde... Não é do instinto masculino se atrasar em seu próprio desejo, mais entendo que a alegria masculina é uma tristeza assustada e que de outro ângulo, ele vê que a tristeza é uma alegria calma...
 
Depois de seduzir sua amada com os olhos tristes e com todo o desejo que brilha latejando a alma ele faz tudo certo, exato, educado, carinhoso e incisivo... É capaz de conversar sobre qualquer assunto, mesmo que não seja de seu gosto... Ou o mais comum, a conversa calada... Apenas sons provenientes de corpos que se buscam o encontro da pele com a pele. O homem se aventura pelo declive, segue o cheiro, para no recuo e prossegue a caminhada rumo ao prazer profundo...
 
O sexo é a melhor recompensa para o homem...  Deseja ser premiado pelo sexo, jamais duvida do prazer dado pelo sexo ao seu corpo... Envaidece-se pelo sexo bem feito...
Por instinto tem o dom de desenrola a trama, destranca a porta, destrança as redes com cuidado noturno. Soltar os cabelos amada: duplica-se na ternura. 

Aprenderam a descolar o sutiã com o estalo de dois dedos, a puxar a calcinha com os pés, a beijar e soprar ao mesmo tempo, a dizer luxúria como se fosse simples, abafar a voz para gemer mais rápido. Fazem no escuro, fazem de olhos vendados, fazem de costas, fazem com os dentes. 

Por instinto tem o dom de desenrola a trama, destranca a porta, destrança as redes com cuidado noturno. Soltar os cabelos amada: duplica-se na ternura. 

Aprenderam a descolar o sutiã com o estalo de dois dedos, a puxar a calcinha com os pés, a beijar e soprar ao mesmo tempo, a dizer luxúria como se fosse simples, abafar a voz para gemer mais rápido. Fazem no escuro, fazem de olhos vendados, fazem de costas, fazem com os dentes. 

Se necessário, são facas, são forcas, são fracos. 

Não subestime, são exercitados a espiar com as unhas. Não há vestido que lhes pregue peças. Não pedirão explicações, não há mistérios que não sejam treinados. Enquanto beijam, desvestem. Enquanto passeiam, segue obediente o novelo. 

O homem é preparado para arrancar as roupas, para veranear no quarto. Para escutar o mar pelo vento das venezianas. O homem é a febre, o desejo infantil de ter logo, de ser logo, de não esperar o próximo assobio, o próximo ônibus, o próximo pensamento. 

Natural e comum o homem que ajuda a despir a mulher. Raro é o homem que ajuda a mulher a se vestir depois. 

   

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 14/06/2009
Reeditado em 04/06/2010
Código do texto: T1649194
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