IV Conferência Municipal de Educação de Maceió: projetando sonhos

     Senhoras e senhores, autoridades presentes, delegados, delegadas, participantes e convidados desta IV Conferência Municipal de Educação de Maceió, em nome da comissão organizadora, sejam bem-vindos e bem-vindas ao espaço pedagógico que se instala oficialmente, aqui, neste centro de convenções.Quero cumprimentar a mesa e a plenária na pessoa da Professora Girlene Lázaro, presidente do Sindicato dos trabalhadores da Educação em Alagoas.
     É com muita alegria e com o peso da responsabilidade de pensar a organização desta cidade, do ponto de vista das políticas públicas voltadas para a educação e para o desenvolvimento humano, que recebemos estudantes, conselheiros, trabalhadores da Educação do setor público e privado, representantes da câmara de vereadores, gestores públicos e privados, representantes do ensino superior e do ensino profissionalizante, pais e mães e sociedade civil organizada, nas representações dos movimentos em defesa da educação e da afirmação da diversidade.
     Nossa caminhada começou, senhoras e senhores, no já distante ano de 2003, quando foi instalado o comitê organizador da construção do plano municipal de educação, bandeira que empunhamos desde então. Tantas histórias e tanto tempo depois, estamos a dois passos de consolidar o projeto de uma década.
     Construir o plano municipal de educação de uma cidade, Senhor Prefeito, Senhoras Vereadoras, é muito mais do que atender a lei, é comprometer-se com o sonho de justiça social, de igualdade de oportunidades de acesso e permanência com sucesso, para milhares de maceioenses que precisam e devem usufruir do direito de ter uma educação com qualidade social numa escola pública com condições de atender com dignidade e respeito a cada um e cada uma que a ela se dirija.
     E foi enfrentando um mar de adversidades e dificuldades que chegamos até aqui. Deveríamos estar em maior número, mas a crise que vivemos também nos fragilizou, nos desmobilizou.Realizamos seis (06) pré-conferencias nas oito (08) regiões administrativas, conferência livre de estudantes, de trabalhadores da rede privada, do ensino superior, do Ensino
Profissional e dos movimentos em Defesa da educação e de Afirmação da Diversidade. Em todas, mesmo constatando a pouca adesão do conjunto dos educadores e da sociedade civil organizada, o debate foi produtivo e animador.
     Senhoras e senhores, durante estes três (03) dias estaremos em conferência analisando, debatendo e projetando o futuro da educação de Maceió, do estado de Alagoas e do Brasil. É uma responsabilidade honrosa que cada um e cada uma assumiu quando se elegeu delegada ou delegado e participante deste espaço pedagógico que desejamos ser também politizado, democrático e, mais importante, crítico e propositivo.
     Antecipadamente, quero pedir desculpas por falhas na comunicação, na mobilização e em todo o aparato que uma Conferência requer, dizer que estamos abertos para ouvir as críticas e desde já agradecemos a participação e a colaboração na resolução de qualquer problema que surgir, no decorrer dos trabalhos.
     Quero agradecer a todas as pessoas que trabalharam desde sempre para que este momento pudesse acontecer. Aos participantes da comissão que dividiram conosco tarefas e angústias, em especial a rede estadual de ensino, aos parceiros, a professora Irailde Correia, presidente do Comed Maceió, pela fala incansável a todos os gestores que passaram pela Semed desde o início da discussão do plano, ao Prof. Élcio Verçosa pela assessoria qualificada na construção do diagnóstico de Maceió e reflexão quanto as metas e diretrizes do PME, a todos os responsáveis pelos subcomitês, aos diretores e diretoras das escolas que nos acolheram nas pré-conferências, ao Secretário Ricardo Valença e ao sub- secretário Thomáz Beltrão e sua equipe, que assumiram o desafio de organizar uma conferência desse porte em tão pouco tempo, em meio a tantas dificuldades e adversidades.
     Quero agradecer a minhas companheiras e companheiros do Comed Maceió e do Sinteal, o nosso sindicato, pela colaboração nas tarefas da conferência e compreensão de minha ausência em tantos momentos importantes, a exemplo do processo eleitoral por que passamos e as tarefas da greve, na rede estadual.
     O sonho de construir uma educação de qualidade tem um preço e nem todos estão dispostos a pagar por ele. O preço é a luta diuturna, o trabalho incessante e a disposição para recomeçar, sempre que necessário.
Quero concluir citando o poeta Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola, em fragmentos do seu poema DO POVO BUSCAMOS A FORÇA:
“Lutar para nós é ver aquilo
que o Povo quer realizado.
É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres para trabalhar.
É ter para nós o que criamos.
Lutar para nós é um destino -
é uma ponte entre a descrença
e a certeza do mundo novo(...)
Não basta que seja pura e justa
a nossa causa.
É necessário que a pureza e a
justiça existam dentro de nós.”

Que a justiça de nossa causa nos una no que é fundamental para a construção da cidade que todos nós merecemos: uma cidade moderna, com sua população usufruindo o direito de uma educação pautada no princípio da gestão democrática e do desenvolvimento humano.

Boa conferência, Obrigada!

•Minha fala, na condição de coordenadora da Comissão Municipal de organização da IV Conferência Municipal de Educação de Maceió, por ocasião da cerimônia de abertura,. A conferência acontecerá até o dia 16 de setembro de 2009, data em que se comemora a emancipação política de Alagoas.




Maceió, 14 de setembro de 2009.