ACERCA DE SUPERFICIALIDADES ...

Dizem que estamos na época do pós–modernismo... Particularmente entendo esse tempo como a época da sociedade pós–superficial onde cada um deseja levar vantagem em alguma coisa...

Entendemos que se faz essencial, mais do que nunca, envidarmos esforços no sentido de lutar por uma sociedade melhor – No sentido que todos (sem distinção de qualquer natureza) possam ter acesso (sentirem-se beneficiados) com os resultados do desenvolvimento científico e tecnológico... Infelizmente, muitos correm por conta própria, aumentando o vácuo entre os privilegiados e os não privilegiados...

Inclusive, por incrível que pareça (é possível perceber) egoísmo, individualismo e outros ismos, que deterioram as relações humanas nessa pobre e podre sociedade...

Apenas para se ter uma noção a respeito da diferença entre ter acesso (e não ter) aos avanços da ciência e da tecnologia;

Entre o final dos anos setenta e início dos anos oitenta, no Sertão Central pernambucano, uma linha telefônica (fixa), era uma espécie de investimento dos mais lucrativos... Por outro lado, era comum passar um dia inteiro tentando conseguir uma ligação telefônica pra fora do estado (via telefonista). Nessa época (ainda) utilizávamos os orelhões com fichas (semelhantes às moedas)...

No momento atual, quando o jovem imaginando acessar por telepatia (= pensou, acessou), ouvimos com freqüência expressões do tipo: Conexão lenta!!!

Não queremos fazer apologias ao passado...

Queremos apenas enfatizar alguns detalhes:

Primeiro:

A sociedade pós–superficial não está sabendo valorizar os avanços da ciência e da tecnologia...

Resultado: Alcançamos o melhor momento na história da odisséia humana e, estamos valorizando muito mais os resultados que queremos conseguir do que as conquistas alcançadas.

Segundo:

Não tem sido comum (encontrar); pessoas preocupadas (no bom sentido) pelas relações humanas de boa qualidade... Afinal, por causa disso, fica a impressão que existiria coisa mais urgente a fazer...

Resultado: O urgente tem ocupado o lugar do importante.

Terceiro:

O urgente tem ocupando o lugar do necessário... É possível ter a impressão de que, anda todo mundo ocupado demais pra perder tempo (chamamos ganhar tempo), com o essencial; Com o que permanece para sempre...

Resultado: Estresse, doenças, enfermidades, mal humor, etc...

Quarto:

O ter tem ocupado o lugar do ser – Isto é, o valor encontra-se no que possui valor material (monetário); Quando, conforme afirmou Exupéry, só se vê bem com o coração; porque o essencial é invisível aos olhos.

Resultado: Pessoas querendo uma sociedade menos injusta desde que isso não implique ter que abrir mão de algum privilégio pessoal.

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 21/10/2009
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T1879274
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