Não caricia vestir branco na virada do ano, as paredes do quarto por si já eram... Inclusive a cama, que sobre elas um verde claro cobria os colchões ate que confortáveis... Então queria algo que fizesse contraste do ambiente e escolheu vestir vermelho... Vermelho amor, nada de paixão... Uma calcinha amarela para atrair ouros e do lado um felpudo fofinho acompanhava nos últimos minutos do fim de um velho ciclo que se fechava mais que deixava possibilidades de continuar lutando no novo ciclo que faltando 15 minutos para nascer, fazia lagrimas incontroláveis descer dos olhos amarelados daquela moça... Apenas as pessoas essenciais estavam presentes, afinal, naquele branco quarto não podia haver muita aglomeração... E então quando o novo ano chegou tudo parecia normal, nada mudará... As paredes continuavam brancas, mais dentro do coração daquela moça havia muito mais, havia quereres de sair e ver a festa lá fora... Ver os desenhos dos brilhos lançados a noite e quem sabe poder molhar os pés na água salgada, levar flores e soltar ao mar... Pular as sete ondas, chorar e abraçar amigos que não via há tempos... Abraçar um amor que nunca esteve ali... Ver a face do amigo lá de longe e reconhecer nos olhos a transparência de querência boa trocadas há tempos... Ela queria tanta coisa que no abrir dos olhos já era dia, o sol no céu ardia e ninguém para lhe dá bom dia... Mas há vitória no bater das pestanas, hoje é mais um dia, o primeiro dia de mais um novo grande ciclo e a vida sorriu e disse acorde o sol bate em sua porta... E pela janela de curtinas em persianas heis que os raios aqueceram os pés frios...