TRANSFORMAÇÕES – O SEGREDO OCULTO
No decorrer da nossa existência vemos as mudanças acontecerem. As coisas mais simples inicialmente nos impulsionam e vemos que o mundo é alegre e divertido, mas isso aos olhos de uma criança. Os anos vão passando e começamos a enxergar mais ou menos o que é realmente o mundo. Nossa mente vai sofrendo inúmeras mudanças, antes não percebidas e tão pouco exploradas. Estamos diante do amadurecimento, e este faz com que o que era bom e alegre se torne chato, passivo.
Tentamos nos adaptar sem perceber e acabamos transferindo os nossos desejos e sentimentos a coisas novas. Tentamos sempre nos encaixar e encontrar um rumo que achamos ser o certo para o nosso futuro vendo as coisas se transformarem cada vês mais até que algumas não fazem mais sentido e daí encontramos alternativas. Alternativas essas que para a maioria das pessoas dá certo e elas reencontram o rumo da vida.
Talvez seja essa a nossa sina. Sempre tentamos nos adaptar, todavia seja o mundo que precise adaptar-se a nós. Somos na maioria das vezes incompreendidos, mal interpretados e sempre julgados.
Existe uma fase que talvez muitos de vocês tenham passado por ela, a fase das dúvidas. Sempre nos perseguem e nos atormentam, enchem a nossa cabeça de asneiras e forma-se um turbilhão de emoções subseqüente a cada pensamento, a cada dúvida. O que é realmente certo e o que é errado? Acho que o certo para alguns pode ser o errado para outro e vice-versa.
Logo após tentamos encontrar um sentido nas coisas, pelo menos aparente e lógico. Às vezes somos inconseqüentes e a nossa inconseqüência nos alimenta e nos preenche.
Quando tudo parece ótimo sempre há um vazio, sempre falta alguma coisa e nunca estamos contentes, felizes. Essa talvez seja a questão. Como é ser feliz? É ter tudo ou fazer tudo, é ser livre ou ser amado, ser alegre ou ser lembrado?
Como assim “feliz”. Talvez quem a tenha inventado essa tal de felicidade não sabia do que estava falando e porque temos que ser felizes? A felicidade é apenas um momento e não uma continuidade. O que procuramos realmente? Um sentido para que possamos continuar a ser submissos a esse sistema? Ou algo que faça valer a pena essa luta diária pela sobrevivência?
O que realmente precisamos é ser amados e poder amar a todos e a tudo. Amar a nossa família, os nossos amigos, os nossos colegas, o que fazemos e acima de tudo amar a nós mesmos. Sempre é bom redescobrir o amor e talvez seja essa a transformação que desejamos e que temos que aprender. A felicidade essa nos preenche momentaneamente. Porque ser feliz é poder amar!
Raymundo Saraiva - 2010