COMÉRCIO DA FÉ (?!) ...

Em nosso entendômetro SE a igreja é uma instituição criada e estabelecida por DEUS... O mais comum é que as pessoas (em seus achômetros) imaginem que, o simples fato de ser membro de alguma igreja cristã, resolveria o dilema humano do vazio existencial...

O melhor exemplo do que estou dizendo é que, em nossa própria época existe muitos templos cheios de pessoas vazias...

A coisa está tão moderna (ou ao gosto do consumidor da fé)... Que, mais parece que, como diz os adeptos de uma corrente histórica, DEUS seria uma criação do homem e não o inverso (?!)...

Inclusive, este pensamento é muito mais comum do que podemos pensar...

Conforme seus simpatizantes, o homem precisando de uma válvula de escape, pra justificar suas fragilidades e limitação, teria inventado um DEUS a quem possa prestar contas da bola fora que costuma chutar...

Voltando ao ponto básico do início do texto... Você pode até imaginar que rodeamos demais, mas não foi isso... É que sem fazer referência ao que disse, ficaria difícil entender a forma como pensamos...

MAS, falávamos sobre o comércio da fé que produziu o antropocentrismo em nossos dias... É lógico que o problema é antigo... MAS, a versão atual, é uma produção do pós–modernismo, baseada em conceitos antigos...

Enquanto digito o texto, passo um dvd chamado gospel... SE você já prestou atenção, independente do estilo musical, alguns detalhes da cultura contemporânea, independente de religião, podem identificar o antropocentrismo a que fizemos menção... Por exemplo: O astro (da música gospel)... Eles ou elas assim se intitulam, obedecendo a alguma produtora, juntamente com o ego pessoal: O meu novo trabalho – Como se fosse tão importante quanto a Bíblia... Quem souber, canta comigo, como se seguir o astro numa canção fosse importante quanto o ser humano seguir JESUS CRISTO (e este crucificado)...

A essas alturas, algum leitor ou leitora poderia pensar: MAS QUE LINGUARUDO... Dando lenha pra fogueira dos incrédulos (?!)...

Cá entre nós, sendo cristão tenho por obrigação dizer (em alto e bom som) como está sendo o cristianismo de seres humanos de minha época...

Imagine que, SE ajudar na divulgação do trabalho, ainda colocariam DEUS sentado na platéia, batendo palmas pro mega–astro...

Certa vez (recebemos sugestão), de apresentar algum testemunho, sempre que fosse divulgar algum dos livros... E, quando pensei o que poderia dizer sobre mim, entendi que DEUS nos sustenta e, a venda de algum livro dependeria do cliente sentir que o produto poderia ajudá–lo ao invés de alguma coisa que me destacasse... Especialmente, considerando que, escrevemos por opção (independente de algum ganho)... Por outro lado, se a produção é independente, não seria necessário submissão a nenhum modelito que venha de lá pra cá (de alguma empresa produtora); MAS da sabedoria que DEUS concedesse pra caminharmos...

SE estiver pensando que seria puritano, diria que você estaria enganado; Da mesma forma que estava enganado quem me chamou de puritano, quando querendo explicar a um membro que ele estaria em desacordo com o manual do fabricante e, com as normas da igreja, achei melhor pedir licença e deixar o campo onde deveria ensinar alguns princípios conforme Mateus 9:35–38...

BEM, o momento atual, de pequenas igrejas, grandes negócios, é um momento de antropocentrismo regado pelo comércio da fé... Perto de onde trabalho, existe um ponto comercial da fé, anunciando que de acordo com o problema, haverá um dia da semana, quando a pessoa pode ir (de manhã, à tarde ou à noite) e, eles resolvem o problema, em nome de JESUS...

ASSIM, é complicado falar sobre o que seria SER CRISTÃO ou como chegar a SER CRISTÃO... Afinal, se conforme Rubem Martins Amorese, em seu livro: Icabode – Da Mente de CRISTO à Consciência Moderna, o momento atual estaria vinculado ao tripé da modernidade: Pluralização – Como num supermercado, uma enorme quantidade de opções para um mesmo produto; Privatização – Não é possível a pluralização sem a privatização... O conhecido anúncio do cigarro Free: ele sempre termina dizendo que pelo menos nós temos alguma coisa em comum. Essa coisa em comum é as liberdade de concordar ou discordar; E Secularização – Pode ser apresentada nas palavras de Dom Aloísio Lorsheider: Não é que a Igreja perdeu o poder de aconselhar as pessoas. Ela aconselha, mas as pessoas não aceitam mais esses conselhos, porque não aceitam mais a transcendência. Elas praticamente não aceitam mais DEUS, que é quem nos dá normas a partir da própria criação...

É quase impossível, fazer alguma relação entre o modelo atual de igreja e o ideal de DEUS...

Como não poderia deixar de acontecer, a falta de relação entre a prática cristã em nossos dias, e a orientação do alto, especialmente, o exemplo deixado por JESUS, temos algumas conseqüências visíveis e palpáveis:

A primeira conseqüência disso: DEUS continua citado por muita gente, desde que, o alvo central seja o próprio homem... Ou seja, vivemos tempos antropocêntricos...

A segunda conseqüência disso: A religião contemporânea (pós–moderna) tem quase tudo de aparência de piedade, e muito pouco (quase nada) do que faria JESUS se estivesse em nossos passos... Não estou insinuando que a igreja oficial não faça parte da vida do cristão, conforme as orientações na BÍBLIA; CONTUDO, existe uma diferença muito grande entre ser lavado e remido no sangue do CORDEIRO e ser, membro de alguma denominação cristã...

A terceira conseqüência disso: Vivemos o analfabetismo bíblico, onde no achômetro de muitos DEUS seria uma espécie de guarda–costas particular, premiando crentes e protegendo – os em meio ao desleixo material e comodismo espiritual...

Em todas da odisséia humana (ou seria desumana) na terra, aconteceu perseguição religiosa... Aos profetas, ao SENHOR JESUS, aos primeiros cristãos... MAS, o cristão pós–moderno, aos primeiros sinais de dificuldade, vai logo dizendo que está na prova... Como se ao invés do planeta terra, estivéssemos num lugar imune aos problemas... Como se Hebreus 11, sobre a Galeria dos Heróis da Fé, fosse apenas um texto pra ser lido quando estivéssemos falando sobre dificuldades... Como se em João 16:33, o SENHOR JESUS não houvesse dito que no mundo teríamos aflições, mas que tivéssemos bom ânimo porque ELE venceu o mundo...

A relação de conseqüências poderia ser maior, mas, não resolveria dilema algum... ASSIM, queremos desafiar cada um, especialmente os que já são cristãos, a pensar se não haveria algum equívoco na forma como o cristianismo está sendo conduzido em nossos dias???

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 23/09/2010
Reeditado em 23/09/2010
Código do texto: T2515251
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