DE PASSAGEM...

PROPOSTAS PARA 2011

Eu não farei uma lista como habitualmente se faz. O que pode me melhorar como pessoa? E o que pode me contentar a ponto de eu chamar de felicidade, que permaneça em mim por mais tempo do que conquistas traduzidas em aparência e satisfação que precisa estar em constante substituição, pois foi embora tal como veio (desprovida de permanência)?

Na medida em que vou amadurecendo vou substituindo o desejo pelo sentimento instalado. Só passarei a desejar a coisa quando sentir que estou realmente apto para obtê-la. Não mais me encantam tantas conquistas materiais. Já tenho quase tudo de que preciso. Vou me concentrar mais no sentir. Partir para o pertencimento da coisa antes de obtê-la. Essa coisa menos palpável, no entanto com gosto que me satisfaça o espírito. É uma árdua tarefa essa do desapego material. Difícil a gente dissociar o desejo na nossa sociedade sem ele estar relacionado com a posse física das coisas.

Então, acho que meus rituais vão ser mais meditativos, vão estar mais voltados para a contemplação, vão precisar de um grande esforço, sem dúvida. Um exemplo: eu tenho uma boa câmera fotográfica e a uso tão pouco! Quero registrar mais e mais momentos de grande significado para mim e para alguma história. Se não for de eventos, que seja de coisas que me emocionaram pela beleza, pela situação em si ou simplesmente se for para dar alguma contribuição em geral. De contribuição também eu quero muito participar. Quero servir muito mais do que ser servido. Quero não ficar apenas na reciprocidade das relações. Doar-me sem esperar que em troca eu receba alguma espécie de recompensa que ultrapasse o reconhecimento e, principalmente, servir para multiplicar, se o meu ato for algum exemplo de virtude. Não se trata de tornar-me “o bonzinho”, apenas desinteressado de pagas que não deixam rastros. Quero é fincar mais raízes.

Quem sabe eu não faça mais passeios Socráticos? Talvez visite mais o interior do meu estado ou do país. Isso faz muito bem. Tanto o contato mais estreito com a natureza como o contato mais caloroso das pessoas, ainda sem tantas restrições como nas grandes cidades. Quem sabe eu não vá mais vezes à orla marítima para ficar contemplando e medindo meu diminuto tamanho? Ali está a vastidão do mundo, já que no espaço sideral eu não tenho possibilidade de ir e nem sei se gostaria de vagar sem gravidade, isso tiraria minha pouca substância, creio. É assim que vou caminhar desde a entrada de 2011.

“Tudo é ousadia na vida daqueles que a nada se arriscam” (F. Pessoa).

“A ambição torna os homens audazes. A audácia sem ambição é privilégio de poucos” (C.D.A.).

Saúde, alegrias, muita paz e muito bem em 2011

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 30/12/2010
Código do texto: T2699413
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