O medo faz a felicidade.
A parte, por hora, indolor, depressiva, estava, ainda, viva dentro de mim.
Eu não sabia.. Melhor, sei, se eu quero matá-la de vez. Fato.
É por ela que poetiso. É por ela que tenho esperanças e medos. O que é um ser humano sem medo? Um destemído. Ok. Mas a quais coisas ele vai se apegar, amar, idolatrar, se ele não tiver medo de perdê-las?
Eu tenho medo de cair no meu buraco negro e ficar lá de vez. Claro que tenho.
Mas se eu nunca tivesse provado o sabor da depressão e da euforia, como eu iria saber quando eu estou bem e quando estou tendo uma ilusão de que estou bem?
Então, aqui vai uma dica direto para você, ser humano infeliz:
Você PRECISA sentir medo de algo que brota dentro de sí para, realmente, saber o que é felicidade. Medo alheio não vale. Não conta ter medo de assalto, água ou baratas. Te que ser algo que te consuma internamente, algo que te faça ajoelhar quando se está sozinho e chorar inconsolávelmente. Algo que não há heroí capaz de te salvar. Nem papai, nem príncipe encantado (a menos que seu alterego e auto estima sejam os mesmos e, ainda por cima, incríveis!)
Enfim, sinta medo de sí próprio. Encontre dentro do seu peito alguma
aflição bizarra e apavore-se com ela! Leia histórias de esquizofrênicos e
duvide de sua sanidade. Fique no escuro por horas e, ao acender a luz, se encare nem espelho com os olhos bem abertos. Quem sabe você não assusta sua sombra?
Eu aposto com você que quando você vencer a sí próprio, um sorriso
espontâneo vai te dominar, junto com uma paz interna inimaginável, e
marcar teu rosto para sempre, no sentido figurado, claro.
Mas tente. Recue uma vez por medo. O passo dado em direção à felicidade vai valer a pena. Eu prometo.