Questão

Questionar, fazer questão: meu vocabulário, minha filosofia. A questão, neste, é justamente não o fazer, vou apenas relatar um padrão e concordar com seu – não digo sucesso, contudo – conviver.

Não faço, nem nunca fiz, questão das sem índole ou contra uma moralidade pulcra – daquelas adeptas do “tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda” – sempre gostei das certas ou pelo menos que tentassem isso, esse lance de questionar o imoral sem utilizar da ética nunca me despertou questão. Porém não as descarto, assim como ando tratando esse tipinho com imoralidade -- não se pode trocar Real por Dólar -- tem de ser na mesma moeda, algo sem sentimento, que traz status e supre minhas necessidades.

O problema está justamente nas que julgo moralmente aptas, ando escolhendo essas muito mal e, pior, envolvendo sentimentos. E o que traz ainda mais transtornos é que quando me magôo, chateio, ou todas essas penalidades – que provocam pena – eu o faço em reflexão, comigo. Estou, pois, decepcionando-me, não fico triste com os outros ou com suas atitudes, pois creio que as atitudes de terceiros são reflexos das minhas – claro, não refletem igual, porém – se pus sentimento, se fui enganado, a culpa fora de quem acreditou, minha.

Um dos motivos desta falta de questões é que este relato não é um lamento. Essas pessoas, as miragens, não me provocam muito transtorno, pois as consigo transferir facilmente ao patamar daquelas: as ilegais. Consigo fazer pouca questão delas e partir pro querer anônimo incansável – não daquela anônima, todavia daquele querer geral,que fique claro isso – talvez o whisky me ajuda nesse esquecimento e até na busca, o que importa é que me encontro num padrão – o qual não faço questão – competente. Fico em busca de algo; estou, porém, ao mesmo tempo com as de Erasmo Carlos e livrando-me das camufladas. O ponto foi final, e não de interrogação.