Politica e Religião

Teoricamente, a religião sempre esteve intimamente ligada a política, em toda a antiguidade, o soberano possuía poderes divinos ou o seu poder era justificado pelo divino, isso acontecia no Egito Antigo com os faraós, sendo o Filho de Deus e assim um ser divino, Imperadores Romanos e até mesmo na América antes da colonização européia, com os imperadores incas ou maias. Todos justificavam seu poder político pela religião.

Assim, a religião na maior parte da história sempre foi bastante influenciada, ou até mesmo, era arma para influenciar a população, tornando-os mais vulneráveis as vontades do soberano.

Com o nascimento do cristianismo e a sua adoção do império romano como religião oficial do estado, o cristianismo assumiu um importante papel na história política e cultural de todo o Ocidente. O seu papel de controlar o povo era evidente, assim queria os Governantes, que por sua vez, ainda estavam fortemente ligada a religiosidade, como podemos ver com o Padroado Português que dava aos Monarcas Portugueses o poder dado pela Igreja em ordenar padres e bispos.

Após o Iluminismo, já na idade moderna, o poder da Igreja sobre o Estado foi cada vez diminuindo, ainda mais com o fim (na Europa) da Monarquia Absolutista, o estado estava cada vez mais desligado da política. No entanto, a influencia em meio ao povo ainda é muito grande.

Já no Brasil, desde sua independência, a Igreja sempre possui seus altos e baixos, passando pela expulsão dos jesuítas das terras brasileiras e até mesmo a chamada “Questão Religiosa” que era a discussão da Igreja contra as Sociedade Maçônicas que levou a prisão de Bispos, pois o imperador, na época Dom Pedro I, tinha influencia maçônicas.

Com a proclamação da Republica, a igreja começou novamente a se expandir mais livremente em territórios brasileiros, no entanto, a constituição consagrava a separação definitiva de Religião e Política, adotando assim o titulo de “Estado Laico”.

Essa separação se tornou assim, somente na constituição, sendo que é evidente que a política ainda exerce, mesmo que velada, uma forte influencia religiosa cristã, pois ainda se usa o discurso religioso para justificar aprovações e reprovações de leis com base na proteção da cultura da população. Existem parlamentares padres, pastores e lideres religiosos em geral, não que isso deveria ser proibido, mais até onde suas filosofias religiosas influenciam na criação de leis que deveriam ser criada para todos os cidadãos brasileiros sem distinção de crença religiosa?! Até onde “minorias” da população brasileira ainda poderá sofrer com leis que tiram a própria liberdade constitucional?

Não que a religião deveria ser extinta, pois ela impulsionou muitas vezes em nossa ideologia humanitária, sem ela, poderíamos ter caído na completa barbárie, no entanto, essa influencia tem que ser regrada ou até mesmo retirada completamente dentro de nossos senados e parlamentos, pois precisamos cada vez mais de uma política igualitária e sem restrições, uma política que garanta efetivamente a liberdade de todos os brasileiros, independente de ideologias, sem fazer com que os mesmos perderão sua própria liberdade de se expressar suas diversas ideologias.

Hudson Araujo
Enviado por Hudson Araujo em 18/08/2011
Código do texto: T3167536
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