DISCURSO DE DESPEDIDA DA TURMA DE MEU FILHÃO

*Fui escolhida para falar em nome dos pais das turmas formandas do 9º Ano da Escola Adventista de Correios - Dezembro de 2010.

Boa Noite a todos aqui presentes!

Boa Noite, jovens colandos! Parabéns por mais esta conquista. Que Jesus os abençoe em sua trajetória, e que em breve estejamos novamente reunidos para vê-los colando grau na profissão que escolherem abraçar.

Venho aqui, neste momento, muito honrada, atender à solicitação da direção desta escola para falar em nome dos pais e responsáveis por estes jovens estudantes, que hoje deixam aqui um pedaço do seu coração e levam consigo, na memória, centenas de momentos vividos e de inúmeras emoções passadas ao lado de todos aqueles que fazem a Escola Adventista de Correios.

Certamente, nunca mais estes meninos e meninas deixarão de recordar os queridos mestres, amigos diários que lhes repassaram grandes lições e ensinamentos.

Aos professores, em especial à querida professora Clarissa, que os acompanhou em todas as séries, como a atenciosa “teacher”, parabenizo pela merecida escolha feita pelos alunos, elegendo-a sua paraninfa;

Às coordenadoras Sanae e Francy;

Às diretoras Rose, Micheline e Myriam;

Ao inesquecíveis Kelysson, Neves e Enoc que nãoestão mais na equipe, mas deixaram saudades com sua gentileza e atenção;

Ao tio Messias, da cantina, com seus deliciosos lanches;

Ao tios Ozéas, Océlio, Waldo, João e à irmã Josefa, em nome de quem saúdo todos os funcionários;

Enfim, a todos aqueles que sempre estiveram presentes na vida de nossos filhos, proporcionando cuidados, atenções, ensinamentos, orações, conselhos e até mesmo, quando se fez necessário, alertas e advertências, tudo na busca de auxiliar a nós, pais e responsáveis, na construção do caráter íntegro e cristão de nossos jovens formandos;

E para aqueles que, como eu, foram escolhidos por Deus para a sublime missão de encaminhar e orientar, educar e formar para uma vida honrada e digna, baseada nos princípios da moralidade cristã, esses futuros homens e mulheres que daqui hoje estão saindo para trilhar novos caminhos e alçar voos mais altos em sua vida acadêmica, deixo uma mensagem esperando que sirva de profunda reflexão:

Não sejamos tão permissivos, tão condescendentes, saibamos quando necessário dizer não; quando preciso, proibir; a todo momento sempre dialogar, a cada dia, orientar; mas tudo sempre com muito amor e ponderação, pois é preferível que um dia nossos filhos digam que tiveram pais e mães maus, do que chorarem por não terem tido pessoas preocupadas com seu futuro e a formação do seu caráter.

“Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes: - Filhos, eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”.

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos por terem feito algo errado.

Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, filhos, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:

Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo... As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.

Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.

E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.

Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos menos 18 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se o passeio foi bom (só para ver como estávamos ao voltar).

Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:

Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

FOI TUDO POR CAUSA DELA!

Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos nos esforçando e pedindo a Deus que nos ajude a sermos “PAIS MAUS”, como minha mãe foi.”

EU ACHO QUE ESTE DEVE SER UM DOS GRANDES MALES DO MUNDO DE HOJE: A INSUFICIÊNCIA DE PAIS E MÃES MÁS!

Que o Senhor Deus nos abençoe e ilumine para continuarmos em nossa missão de encaminhar nossos jovens no caminho da vida cristã.

Muito obrigada a todos os presentes.

Muito obrigada à ESCOLA ADVENTISTA DE CORREIOS. A partir de agora, certamente, para nossos filhos, seu nome vai representar uma querida e infinita SAUDADE!!!...

Áurea Gomes
Enviado por Áurea Gomes em 18/12/2011
Código do texto: T3395166