Educação e Cultura

O trabalho docente no presente século enfrenta uma série de dificuldades principalmente as que ocupam cadeiras nas redes estaduais e municipais, tal dificuldade se acentua na tentativa de construção de um justo currículo, que perceba as diferenças culturais entre os alunos, sem contudo deixar de verificar a desigualdade existente.

Na busca de uma escola que integre, o despreparo de alguns professores ou mesmo a falta de ousadia de romper com o modo antigo de transmissão do saber, ainda que eivado de boas intenções tende a marginalizar e/ou realçar abismos sociais entre as diversas classes representadas na multicultural escola, que na educação formal tem papel importantíssimo a desempenhar.

A cultura é a marca do quanto um grupo evolui ou retrocede em relação a um referencial, a cultura como parâmetro de medir a evolução e/ou riqueza de um grupo é um noção recente das ciências sociais, que sempre trataram as questões culturais a margem das demais. O texto em tela alude um período de aparente decentralização da cultura que se dissocia da política, economia, etnia ou religião, assim deixando de ser significativa apenas pelo aspecto social, chegando a transcender este referencial.

Em um leitura mais detida o que se encontra é um movimento de recentralização da cultura, está por sua vez ganha importância no estudo por parte dos acadêmicos, justificando pela linha cada vez mais tênue entre as área de estudo, traduzidas em sua interdisciplinaridade.

A cultura junto a economia e explicação para sustentar conflitos sociais e lutas de classes, sob outra corrente teórica a cultura se traduz em uma apropriação de idéias e significados restritos a um mero reflexo de estruturas econômicas da sociedade. A centralidade da cultura deve-se levar em conta que está não se aparta das atividades características e das intervenções da vida cotidiana o que implica o reconhecimento da importância das ações e experiências dos indivíduos nas analises dos fenômenos sociais.

Quando se fala em “centralidade da cultura” refere-se exatamente a forma como a cultura penetra em cada recanto da vida social, configurando e modificando o cotidiano, logo não pode ser estudada como elemento insignificante, antes deve ser tida e valorizada côo elemento constitutivo da vida e caráter de vários movimentos.

A idéia é considerar que toda prática tem uma manifestação cultural, uma vez que, toda pratica social depende de significados e com estes está estritamente associado.

A escola esta imersa em cultura uma vez que está é inerente a todo processo educativo, a relação escola cultura são universos entrelaçados, pensar a escola sem levar em conta os significados, marcos e comportamentos próprios daquela comunidade é pensar uma escola alienada do todo.

A escola sempre na vanguarda de seu tempo se faz poderoso instrumento de alcance da modernidade, transmitindo valores culturais as novas gerações em seus símbolos mais significantes, ajudando a manter a idéia de progresso como marcha ascendente na história da humanidade.

Embora haja a idéia original de escola inclusiva com igualdade de direitos a todos e a todas a educação, está tem se revelado, problemática e se valendo de uma visão cada vez mais monocultural, lançando cada individuo em um mesmo “molde”, sem respeitar sua individualidade cultural, sua identidade com sua comunidade.

A escola como espaço de “cruzamento de culturas” exige atenção por parte dos docentes quanto ao impacto de tal associação de culturas distintas sobre todos os seus participantes. O desafio na confecção de um novo currículo pedagógico passa pelo reconhecimento da diversidade cultural, em um movimento emancipatorio dos docentes no senti de enfrentarem os desafios sucitados pela multiculturaliedade, postura que vai na contramão do “daltonismo cultural” onde educadores persistem em ignorar o “arco-íris cultural” em sala de aula.

No ambiente onde está presente tantos marcos de desigualdade, como riqueza e pobreza, etnia, credo religioso e orientação sexual, o perfil deste currículo culturalmente aceitável deve levar em conta o preparo de professores e comunidade acadêmica para receber este educando e promover sua inclusão, vale pontuar que existem limitações genéticas e adquiridas que a escola não esta pronta para sorver, ao pararmos diante da barreira cultural, permitindo um ambiente hostil ao “normal” como vamos receber os que dispõe de necessidades especiais.

Outros comentários: Infelizmente a maioria dos docentes com todas as dificuldades que enfrentam, não conseguem separar as desigualdades. Muitos ainda estão despreparados para enfrentarem uma sala de aula. Optam por uma profissão por causa carga horária e até mesmo pelo “salário fixo”.

Existe também a desigualdade social que ainda esta muito aflorada no nosso meio. Esta discriminação existe e sempre existira nas escolas.

E por fim a diferença cultural entre povos e nações, religiões e orientações sexuais permeiam as relações no espaço da escola, não há como o novo profissional docente se furtar de participar destes conflitos e buscar a mudança no seu trato com cada educando, sob pena de perde-lo para evasão ou ainda pior para alienação.

A escola não pode deixar de desempenhar o papel que se espera dela em ser ferramenta de aproximação dos multiculturais ampliando sua tolerância para aquele que pensa, se veste, come ou simplesmente vive diferente.

Aquiles Lucas
Enviado por Aquiles Lucas em 16/01/2012
Código do texto: T3444469
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