O Monstro da Parede

Em um corredor mórbido, a porta tilinta, a criança adormece, a dor desperta e o amor expira.

Um estranho andarilho voltando contra o vento, decrépito e moribundo, confortável aos rumores de ódio.

Luzes adornam o desespero de uma vista distorcida na vontade de amar: membros assassinos e elogios pervertidos.

Madrugada, fulgor das estrelas, vácuo cósmico, silêncio inspirador.

Tempo estático, muletas de plástico, não se recupere (expandindo ao espaço).

Os litros de sangue que derramou, as falsas muralhas que erigiu, essa solidão emprestada, pereceu em todos os mitos de pureza que criou.

Mais um dia ver nascer, luto decreto em ruas malditas, pombos defecam em fileiras disformes, taverna redonda sob músicas horrendas. Os dias nascem, as pessoas rastejam...

Cão que ladra sem ser ouvido, lembrando a agonia ao dono despido;

Agressivas e invejosas, metáforas alheias, objetos esparsos, ramo de rosas venenosas.

Coveiros, coveiros, cavem os túmulos.

Múmias, múmias, quebrem as paredes!

Exibição Atrocida
Enviado por Exibição Atrocida em 01/02/2007
Reeditado em 09/02/2007
Código do texto: T365594