Cidadã Teresinense
Senhoras,
Senhores,
Quando recebi a notícia de que a Câmara Municipal de Teresina havia aprovado por unanimidade o projeto apresentado pelo ilustre vereador José Ferreira, concedendo-me o título de Cidadã de Teresina, um misto de emoção e alegria invadiu-me a alma, compartilhando a alegria do momento com o arauto da noticia, meu porto seguro, Herculano Moraes.
Fiquei me indagando sobre os motivos que levaram o nobre vereador José Ferreira, apoiado por todos os seus pares, a me conceder honraria tão importante.
Quando vim pela primeira vez a esta cidade, na companhia de meu pai, fiquei encantada com o movimento das pessoas caminhando, quase correndo, em direções opostas. Cores e luzes nas igrejas, monumentos e prédios públicos, lojas e supermercados lotados, pessoas de todas as idades, o pisca-pisca nas árvores iluminando a noite e os raios das luzes sobre as águas do rio Parnaíba, fascinando a adolescente que jamais tinha visto tanta beleza.
Quando vim pela primeira vez era Natal. Havia no semblante das pessoas uma alegria não disfarçada e no comportamento das crianças uma inquieta ansiedade.
Ao retornar para Elesbão Veloso, poucos dias depois levava comigo a impressão de uma cidade alegre, viva, de pessoas caminhando em direção ao futuro.
As cidades têm a magia de despertar no espírito das pessoas sentimentos sem definição, emoções provocadas por uma paisagem, um gesto de ternura, uma atitude de solidariedade, um ato de amor ao próximo.
A Teresina que ficou em minha memória tinha a fisionomia alegre, colorida e iluminada, de um povo vivendo a plenitude do Natal. Um povo solidário, transmitindo o calor humaníssimo de sua simplicidade.
Retornando à cidade outras vezes, fui desvendando alguns mistérios não revelados, escondidos nos gestos e no comportamento coletivo.
Fui percebendo que a cidade vivia seus desafios enfrentando seus dilemas pela determinação de um povo sofrido.
Uma cidade não é feita apenas de luzes e cores, de belos edifícios, de avenidas iluminadas, de comércio movimentado, restaurantes de luxo, points de entretenimentos, negócios e relacionamentos.
Uma cidade é também feita de favelas, de ruas descalças, de esgotos a céu aberto, de angústia, violência, indignação, injustiça.
Teresina é este conjunto de fatores, em torno dos quais gravitam todas as inquietações, sonhos e esperanças da sociedade.
As cidades precisam conviver com os paradoxos sociais.
São esses paradoxos que justificam a existência dos parlamentos, nos quais são expostos os dilemas e as angústias da humanidade.
Quando o vereador conhece a realidade do meio e luta por transformações que possam melhorar a vida dos mais necessitados; quando o vereador reconhece a importância do bairro pobre no conjunto das comunidades, com suas carências, suas lutas, suas esperanças, estará então cumprindo o seu papel de legislador.
Quando o vereador reconhece que alguém vindo de outras terras, aqui semeou a messe dos seus sonhos, adotando a cidade em toda a sua plenitude, esse vereador cumpre com honradez e dignidade o mandato que lhe é confiado.
O vereador José Ferreira tem um perfil de luta. É um obstinado pelas causas sociais de Teresina. E é ousado, corajoso, firme nas suas decisões. O prédio monumental onde funciona a Câmara Municipal – Palácio Senador Chagas Rodrigues, é resultado de sua determinação.
Depois de passar anos sem um teto digno, os vereadores podem hoje se orgulhar de sua sede.
A responsabilidade que o vereador José Ferreira e demais membros do Legislativo Municipal colocam sobre meus ombros é muito grande.
Aqui vivo, aqui trabalho, aqui eu sonho, aqui eu cultivo minhas esperanças.
E aqui estou, cidadã honorária da cidade de Teresina, título que recebo com orgulho e gratidão.
Muito obrigada.
Discurso pronunciado pela professora Maria Nilza ao receber o Título de Cidadã de Teresina. 17/12/2010.