Caracteristicas do romantismo português e Almeida Garrett - 1846

1º período do romantismo: 1825-1865 ( Questão Coimbra) ou 1871 (Conferência do Casino) em http://www.slideshare.net/armindagoncalves/quadro-sinptico

Destacam-se Almeida Garrett e Alexandre Hecrculano

Ultrarromantismo com Antonio Feliciano de Castilho, João de Lemos, Tomás Ribeiro, Soares de Passos, etc.

Transição entre o Romantismo e Realismo: Júlio Dinis e Camilo Castelo Branco

http://pt.wikipedia.org/wiki/Quest%C3%A3o_Coimbr%C3%A3

Questão Coimbrã foi o primeiro sinal de renovação ideológica do século XIX entre os defensores do statu quo, desactualizados em relação à cultura europeia, e um grupo de jovens escritores estudantes em Coimbra, que tinham assimilado as ideias novas.

Castilho tornara-se um padrinho oficial dos escritores mais novos, tais como Ernesto Biester, Tomás Ribeiro ou Manuel Joaquim Pinheiro Chagas. Dispunha de influência e relações que lhe permitiam facilitar a vida literária a muitos estreantes, serviço que estes lhe pagavam em elogios.

Em redor de Castilho formou-se assim um grupo em que o academismo e o formalismo vazio das produções literárias correspondia à hipocrisia das relações humanas, e em que todo o realismo desaparecia, grupo que Antero de Quental chamaria de «escola de elogio mútuo». Em 1865, solicitado a apadrinhar com um posfácio o Poema da Mocidade de Pinheiro Chagas, Castilho aproveitou a ocasião para, sob a forma de uma Carta ao Editor António Maria Pereira, censurar um grupo de jovens de Coimbra, que acusava de exibicionismo, de obscuridade propositada e de tratarem temas que nada tinham a ver com a poesia, acusava-os de ter também falta de bom senso e de bom gosto. Os escritores mencionados eram Teófilo Braga, autor dos poemas Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras; Antero de Quental, que então publicara as Odes Modernas, e um escritor em prosa, Vieira de Castro, o único que Castilho distinguia.

Antero de Quental respondeu com uma Carta com o título "Bom senso e bom gosto" a Castilho, que saiu em folheto. Nela defendia a independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas da época de grandes transformações em curso e a necessidade de eles serem os arautos dos grandes problemas ideológicos da actualidade, e metia a ridículo a futilidade e insignificância da poesia de Castilho.

Ao mesmo tempo, Teófilo Braga solidarizava-se com Antero no folheto Teocracias Literárias(eBook), no qual afirmava que Castilho devia a celebridade à circunstância de ser cego. Pouco depois Antero desenvolvia as ideias já expostas na Carta a Castilho no folheto A Dignidade das Letras e Literaturas Oficiais, evidenciando a necessidade de criar uma literatura que estivesse à altura de tratar os temas mais importantes da actualidade. Seguiram-se intervenções de uma parte e de outra, em que o problema levantado por Antero ficou esquecido. Provocou grande celeuma o tom irreverente com que Antero se dirigiu aos cabelos brancos do velho escritor, e a referência de Teófilo à cegueira dele.

Foi isto o que mais impressionou Ramalho Ortigão, que num opúsculo intitulado A Literatura de Hoje, 1866, censurava aos rapazes as suas inconveniências, ao mesmo tempo que afirmava não saber o que realmente estava em discussão. Este opúsculo deu lugar a um duelo do autor com Antero. Mas outro escrito, este de Camilo Castelo Branco, favorável a Castilho — Vaidades Irritadas e Irritantes — não suscitou reacções. Na realidade nada foi acrescentado aos dois folhetos de Antero durante os longos meses que a polémica durou ainda. Eça de Queiroz, em O Crime do Padre Amaro, de forma implícita, toma parte dos jovens literários.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncias_do_Casino

As Conferências do Casino foram uma série de conferências realizadas na primavera de 1871 em Lisboa. Foram impulsionadas pelo poeta Antero de Quental, que insuflou no chamado Grupo do Cenáculo o entusiasmo para as realizar. Este poeta estava sob a influência das ideias revolucionárias de Proudhon. Este grupo também passou a ser conhecido como Geração de 70. Tratava-se de um grupo de escritores e intelectuais jovens e de vanguarda.

As Conferências do Casino, ou Conferências Democráticas do Casino, são uma réplica da anterior Questão Coimbrã.

Índice

[esconder]

• 1 Manifesto

• 2 Conferências Realizadas

• 3 Intervenção das Autoridades e Polémica

• 4 Conferências não realizadas

• 5 Balanço

• 6 Bibliografia

Manifesto

A 18 de Maio aparecem no jornal "A Revolução de Setembro", as assinaturas de Adolfo Coelho, Antero de Quental, Augusto Soromenho, Augusto Fuschini, Eça de Queirós, Germano Vieira Meireles, Guilherme de Azevedo, Jaime Batalha Reis, Oliveira Martins, Manuel Arriaga, Salomão Saragga e Teófilo Braga. Estas personalidades assinam um manifesto que aponta as intenções de reflectir sobre as mudanças políticas e sociais que o mundo sofria, de investigar a sociedade como ela é e como deverá vir a ser, de estudar todas as ideias novas do século e todas as correntes do século.

Têm assim em mente uma visão internacionalista e de participação na polis. Recusam que Portugal continue mouco às novas ideias que circulam na Europa. Visavam assim “Abrir uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que caracterizam este movimento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e política dos povos; ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a sociedade civilizada, procurar adquirir a consciência dos factos que nos rodeiam na Europa; agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciênciamodernas; estudar as condições da transformação política, económica e religiosa da sociedade portuguesa”.

Conferências Realizadas

 1. "O Espírito das Conferências", 22 de Maio, por Antero de Quental;

 2. "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares", 24 de Maio, por Antero de Quental;

 3. "Literatura Portuguesa", por Augusto Soromenho;

 4. "A Literatura Nova" ou "O Realismo como nova expressão da arte", por Eça de Queiroz;

 5. "A Questão do Ensino", por Adolfo Coelho, a 19 de Junho.

[editar]Intervenção das Autoridades e Polémica

Quando se preparavam para a sexta conferência os participantes foram surpreendidos por um aviso das autoridades que ilegalizavam a realização das mesmas. As autoridades do Estado alegavam que “as prelecções expõem e procuram sustentar doutrinas e proposições que atacam a religião e as instituições do Estado”. O que não era de todo infundamentado porque, apesar de liberal, se vivia numa Monarquia e o Catolicismo era muito forte em Portugal. As Conferências veiculavam ideias que eram tidas por perigosas como a República, a Democracia e o Socialismo. À volta da proibição, um acto de censura, levantaram-se variados protestos, choveram cartas aos jornais e foram lavrados opúsculos de polémica entre os quais um famoso ataque de Antero “ao Marquês de Ávila e Bolama”, que foi o autor da proibição

Conferências não realizadas

 6. Os Historiadores Críticos de Jesus, por Salomão Sáraga

 7. O Socialismo, por Jaime Batalha Reis

 8. A República, por Antero de Quental

 9. A Instrução Primária, por Adolfo Coelho

 10. A dedução positiva da Ideia Democrática, por Augusto Fuschini

Balanço

No rescaldo deste importantíssimo episódio da Cultura de expressão portuguesa podemos afirmar que as Conferências do Casino, representaram em Portugal uma afirmação dum movimento de ideias que vingava na Europa. Era o Historicismo, o interesse pelas Ciências Sociais e Políticas, a crítica positivista à maneira de Taine, o evolucionismo de Darwin, um tímido interesse pelas ideias de Karl Marx e, especialmente, de Proudhon, o Realismo na arte como locução de um novo ideal de vida, a crença no progresso das sociedades conseguido através da Ciência.

Eça de Queiroz, posteriormente e sobre as Conferências, afirma nas Farpas: “era a primeira vez que a Revolução sob a sua forma científica tinha em Portugal a sua tribuna”. Alguns dos interventores nestas conferências, cerca de duas décadas mais tarde, juntaram-se no grupo dos auto-intitulados Vencidos da Vida.

[editar]Bibliografia

 REIS, Carlos. As Conferências do Casino. Lisboa, Publicações Alfa, 1990.

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Características do romantismo em Portugal – you tube

http://www.youtube.com/watch?v=y-Z8EfuKrSs

Aula 10 - Literatura - Romantismo em Portugal e no Brasil – Camões, poema de Garrett

Aula 10 - Literatura - Romantismo em Portugal e no Brasil

Atenção: Não deletear o you tube, porque, antes há uma cena ou uma propaganda sobre gilete, depois vem a palestra sobre o romantismo português.

Aula do programa Vestibulando Digital exibido pela TV Cultura. Publicado em 31/05/2012, em 11 minutos.

Professora apresenta o 1º momento com Almeida Garret e Alexandre Herculano

http://www.youtube.com/watch?v=PcN6sAi8f2k&feature=related

Telecurso 200, apresentação inicial de alunas e depois

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=J9AuiCUaiNU&NR=1

Veja, meus alunos, Lindas imagens sobre as caracteristicas do Romantismo em Portugal em http://pt.scribd.com/doc/13975942/Romantismo-Em-Portugal:

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O primeiro Romantismo contribui muito para a consolidação do liberalismo em Portugal, diante de um momento conturbado politicamente (A tentativa de implantação do liberalismo em Portugal – apoiava-se D. Pedro VI ou I, do Brasil - contra a monarquia de D. Miguel e a dominação espanhola). Os ideais Românticos dessa geração estão embasados na pureza e originalidade.

Características em http://pt.scribd.com/doc/13975942/Romantismo-Em-Portugal

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Subjetivismo: desejo do autor de retratar em sua obra uma realidade interior, próxima à fantasia.

Idealização da natureza, da mulher, da luta entre o bem e o mal...

Sentimentalismo

Egocentrismo

Medievalismo – a origem de Portugal

Religiosidade como contraponto às frustrações históricas e do mundo. Patriarcalismo e subalternidade da mulher

Almeida Garrett – da primeira geração romântica - é inicialmente árcade, depois se impõe como romântico. Camões (1825) é o poema de enaltecimento da pátria, D. Branca (1826) é uma valorização das Guerras de Reconquistas contra os mouros no século XVIII, Viagens na minha Terra é de 1846; etc.

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Romantismo em Portugal

http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_em_Portugal

O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX. Nas artes plásticas o Romantismo é normalmente encarado como um movimento oposto ao Neoclassicismo, por ser uma reação à excessiva racionalidade clássica, negando os princípios de harmonia, ordem e proporção. A questão é, no entanto, um pouco mais complexa, porque ambos se completam e revelam ser as duas fases de um mesmo objeto. É obvio que existem elementos díspares ou mesmo opostos, como sentimento e razão ou o indivíduo versus o todo, mas essas diferenças complementam-se, principalmente nas artes plásticas, porque o movimento neoclássico já é uma atitude romântica ao virar-se para o passado. Quer dizer, o todo só faz sentido com o indivíduo, tal como a razão é inseparável do sentimento, não se podendo por a tônica em nenhuma porque estão interligadas. Nesse sentido o Romantismo surge nas artes quase naturalmente quando os artistas se apercebem da impossibilidade de negar certos aspectos da criatividade humana. Pode, então, ser caracterizado como um apelo ao individualismo, exaltando o sentimento, a emoção e a genialidade.[1]

Índice

[esconder]

• 1 Influências sociais e políticas

• 2 Condicionantes em Portugal

• 3 Arquitetura

o 3.1 O Neomanuelino

o 3.2 Historicismos

o 3.3 Principais edifícios Neomanuelinos

o 3.4 Principais edifícios neogóticos

o 3.5 Principais edifícios neoárabes

• 4 Escultura

• 5 Pintura

• 6 Jardins

• 7 Referências

• 8 Ver também

Influências sociais e políticas

Como coincide com uma época de grandes modificações sociais, políticas e econômicas, assume forte carga ideológica, sustentada pelo surgimento dos movimentos de caráter nacionalista, como a guerra de independência da Grécia. A revolução industrial, e todos os problemas que a caracterizam, também influenciam esta época. O Romantismo utiliza as inovações técnicas e torna-se uma verdadeira fuga ao real, como se pode ver nos revivalismos, orientalismos e jardins à inglesa, um pouco por toda a Europa. Tal como o Neoclassicismo vira-se para o passado, mas agora valorizando a Idade Média e os estilos artísticos que a caracterizam, utilizando-os como reflexo dos nacionalismos emergentes – Portugal elege o Neomanuelino estilo nacional. O desenvolvimento da história como importante disciplina académica e a moda dos romances de cavalaria, desenrolando-se numa Idade Média idílica, ajudam a popularizar os historicismos medievais.[2]

Condicionantes em Portugal

Palácio Nacional da Pena, pórtico do Tritãoprogramado por D. Fernando II, que o desenhou como um «Pórtico allegórico da creação do mundo».

Os primeiros anos do século XIX são muito complexos, devido essencialmente à sucessão de problemas políticos, nomeadamente a fuga da família real para o Brasil em 1807, devido às invasões francesas, posterior/consequente domínio inglês, revolução liberal em 1820, regresso da família real em 1821, independência do Brasil, a perda do comércio colonial com a antiga colónia em 1822 (dramático golpe na economia portuguesa), contra revolução absolutista e, finalmente, guerras liberais, conservando a instabilidade até 1834. Esta conjuntura só permite o desenvolvimento de condições propícias à eclosão de um novo estilo artístico no final da década de 1830. Apesar de em Portugal surgir relativamente cedo na literatura, em finais do século XVIII com alguns pré- românticos, nas restantes formas artísticas desenvolve-se apenas com o impulso de dado por D. Fernando II, marido de D. Maria II, ao iniciar a construção do Palácio Nacional da Pena, após a estabilização da conjuntura nacional.

]Arquitetura

A arquitetura segue o gosto internacional, utilizando as características típicas do estilo, dividindo-se numa série de historicismos dos quais se destaca o Neomanuelino. Inspira-se no passado medieval, construindo edifícios de planta irregular simulando sucessivos acrescentos, tal como na idade média, com uma cobertura profusamente decorada, mas utilizando os progressos técnicos surgidos com a revolução industrial, tanto ao nível de materiais como de máquinas. Recorre a uma decoração baseada nas formas mais superficiais dos estilos artísticos medievais, completamente revivalista, escondendo construções modernas, frequentemente com estruturas metálicas (moderníssimas para a época). Utiliza todo o tipo de inovações como o tijolo ou revestimentos cerâmicos industriais, preservando sempre que possível questões básicas, desenvolvidas no Neoclassicismo, como a funcionalidade e a rentabilidade da arquitectura, simplesmente adaptados a outra estética. Como já foi dito anteriormente considera-se que tem início com a construção do Palácio Nacional da Pena em Sintra, pelo rei D. Fernando II, mantendo-se até ao início do século XX, a par do Neoclassicismo e de estilos posteriores. No entanto esta afirmação não é exacta porque já no final do século XVIII, se fizeram algumas construções revivalistas, como no Mosteiro de Alcobaça ou na quinta de Monserrate em Sintra, com formas Neogóticas. A construção do Palácio Nacional da Pena marca, principalmente, uma alteração na mentalidade do panorama artístico, quando os princípios do romantismo internacional se fixam verdadeiramente em Portugal. Ao contrário do resto da Europa, o Neogótico não é a forma de arquitectura mais importante, apesar de existirem exemplos de qualidade. Este facto deve-se, essencialmente, ao carácter nacionalista da arquitectura romântica, permitindo uma surpreendente originalidade, quando comparada com a repetição de modelos no norte de continente, mesmo tendo em conta as adaptações nacionalistas de cada país. Não é por acaso que ao folhear os livros de história da arte, os grandes exemplos de arquitetura apresentados são, normalmente, os edifícios de arquitetura do ferro ou as obra que verdadeiramente diferem das restantes.

O Neomanuelino

Ver artigo principal: Neomanuelino

Palácio Hotel do Buçaco, pormenor da fachada neomanuelina

O Neomanuelino, devido à tendência nacionalista do Romantismo, surge como a grande arquitetura. O edifício é coberto por uma profusão de formas decorativas, tal como todos os historicismos, imitando o estilo original, mas sem tentar copiar os edifícios originais. Utiliza os elementos mais superficiais do estilo como arcos (em ogiva, ferradura, de volta perfeita, e outros), pináculos, frisos, cordas, merlões, ameias, elementos vegetalistas e alguma escultura. Os elementos decorativos são diretamente copiados ou inspirados nas grandes exemplos históricos como o Convento de Cristoem Tomar, Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém em Lisboa. A colocação dos elementos decorativos segue a lógica estética, ao contrário dos originais com significado iconográfico, conseguindo um efeito de conjunto com grande impacto visual. O Neomanuelino chegou mesmo a ser exportado para o Brasil onde existem também alguns aparatosos edifícios. Era, igualmente, utilizado nos pavilhões de Portugal, nas importantíssimas exposições universais do final do século XIX, como opção nacionalista, em edifícios efêmeros destinados a promover o país.

Historicismos

Interior neoárabe do Palácio de Monserrate, projectado pelo arquitectoJames Knowles, Sintra.

O Neogótico teve menos importância. Segue a corrente internacional e, como é relativamente abundante na Europa, não atinge o esplendor do Neomanuelino. São edifícios adaptados às necessidades do século XIX, decorados principalmente com arcos em ogiva, pináculos, rosáceas, flechas e outros elementos superficiais do gótico original. O mesmo se aplica aos restantes revivalismos como o Neoárabe e o Neorromânico. Estes, talvez por serem menos utilizados na Europa, são por vezes verdadeiramente espetaculares, como a Praça de Touros do Campo Pequeno em Lisboa, ou a Câmara Municipal de Sintra e o atual Palacete de Monserrate. No final do século surge o Ecletismo, ou seja, a mistura de elementos de vários estilos, quando os historicismos procuravam claramente uma saída para um percurso já quase esgotado. A vanguarda tecnológica da época, também está presente nas grandes obras públicas. Adaptando as formas ao que se considerava ser o estilo mais indicado para o edifício, porque o ferro era facilmente moldável, permitia uma série de soluções técnicas impossíveis para a construção tradicional. As pontes e as coberturas das estações de caminho-de-ferro destacam-se pela elegância e amplitude dos conjuntos. No entanto outros edifícios são construídos com esta técnica, como o Elevador de Santa Justa em Lisboa ou o desaparecido Palácio de Cristal doPorto. Sempre que se exigiam grandes vãos (espaço livre entre os pilares de sustentação) recorria-se ao ferro. A construção ficava mais ampla, segura e barata que a edificação em alvenaria tradicional, permitindo todo o tipo de formas, historicistas ao não, utilizando abundantemente o vidro. O conjunto era prático e muito funcional.

Principais edifícios Neomanuelinos

Estação Ferroviária do Rossio, em Lisboa.

Existem muitos outros exemplos, mas considera-se que os principais edifícios, em Portugal e no Brasil, são os seguintes:

 Palácio Nacional da Pena – Barão Von Eschwege e D. Fernando II rei de Portugal – Sintra. Edificado no cimo da serra de Sintra, no meio de um luxuriante e exótico parque florestal, o palácio é uma fantasia romântica ( trinta anos antes dos palácios de Luis II da Baviera). O conjunto consiste numa justaposição quase orgânica de edifícios com vários estilos, perfeitamente adaptado ao local. D. Fernando II compra as ruínas do antigo convento manuelino, destruído por uma sucessão de acontecimentos trágicos – em 1743 é atingido por um raio, em 1755 o terramoto quase arrasa a construção e, finalmente, as invasões francesas destruíram o restante. O rei participou de forma ativa no projeto, impondo a preservação da edificação manuelina, a par das novas obras. O conjunto é impressionante, completamente romântico no diálogo com a natureza envolvente, utilizando elementos de Neogótico e Neoárabe. Talvez seja o mais romântico dos edifícios portugueses. Foi classificado patrimônio da humanidade pela UNESCO no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.

 Hotel Palácio do Buçaco – Luigi Manini – Buçaco. O pequeno convento carmelita do século XVII e o seu parque florestal recebem no final do século XIX a construção de um hotel de luxo perfeitamente adaptado ao lugar e respeitando a construção existente. O novo edifício é inspirado nos grandes monumentos manuelinos, formando um conjunto impressionante, semelhante a uma grandiosa cenografia romântica. A decoração é completamente historicista, com interiores cobertos por pinturas murais, azulejos historicistas, escultura e talha. Integra-se de modo majestoso num parque de árvores seculares e, a sua proximidade com a histórica estância termal do Luso, tornam o Hotel Palácio um dos marcos patrimoniais fundamentais do romantismo português.

 Estação do Rossio – José Luís Monteiro – Lisboa. Antiga estação central de Lisboa, encontra-se no centro histórico da capital. A fachada principal é Neomanuelina, dominada por dois grandes arcos em ferradura, sugerindo a entrada de túneis, entre contrafortes meramente decorativos. Associa frisos, pináculos e janelas muito decoradas a três janelões centrais, com varanda, no primeiro piso. É, também, de referir a cobertura da gare em arquitetura do ferro, seguindo um gosto mais clássico, que a torna uma das principais em Portugal.

 Quinta da Regaleira – Luigi Manini – Sintra. Executado num romantismo muito tardio, cerca de 1905, recebeu a alcunha dos contemporâneos de "Palácio das Fadas" devido à elegância do conjunto, bem como ao enquadramento paisagístico num belo parque florestal. É uma verdadeira cenografia constituída por torres, pináculos, janelões, frisos, cordas e muita decoração vegetalista. Está rodeado de algumas das quintas mais importantes, do conjunto monumental classificado património da humanidade pela UNESCO, no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.

 Paços do Concelho de Sintra – Adães Bermudes – Sintra. Transformada em centro elegante ao longo do século XIX, a vila de Sintra chega ao século XX necessitando de um novo edifício para Câmara Municipal. Foi edificado ainda em estilo Neomanuelino, de grande elegância, e perfeitamente integrado no conjunto monumental. Foi classificado património da humanidade pelaUNESCO no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.

 Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro – Rafael da Silva Castro – Rio de Janeiro. A muito prestigiada Associação nasce em 1837. Em 1888 inaugura o novo edifício, em estilo Neomanuelino, por razões nacionalistas.

 Real Centro Português de Santos – Ribeiro da Silva e Alberto da Maia – Santos. Inaugurado em 1900 segue o estilo Neomanuelino por razões nacionalistas.

[editar]Principais edifícios neogóticos

Elevador de Santa Justa, em Lisboa.

Existem outros exemplos, mas considera-se que os principais edifícios são os seguintes:

 Elevador de Santa Justa – Raul Mesnier de Ponsard – Lisboa. Talvez seja o exemplo de Neogótico mais conhecido em Portugal apesar de ser, também, um dos principais exemplos de arquitectura do ferro da cidade. Simula uma torre com seis andares fingidos, mas individualizados, com frisos e ogivas, coroada por uma plataforma mais larga, onde termina a subida. Tem acesso directo ao histórico largo do Carmo, através de uma passagem, também em ferro, lateralmente às ruínas góticas da Igreja do Convento do Carmo (edifício verdadeiramente gótico que foi deixado em ruínas como memorial do terramoto de 1755 para as gerações futuras). Apesar do elevador ser em ferro e a igreja em pedra, encontra-se perfeitamente enquadrado pelas semelhanças estilísticas, não escondendo o seu caráter industrial. É um dos monumentos mais marcantes do centro histórico de Lisboa.

 Capela dos Pestanas – Albano Cascão – Porto. Pequeno edifício Neogótico arriscando reproduzir de forma estrutural a idade média. É constituído por torre na fachada, com flecha e ogivas, tentando verdadeiramente utilizar a linguagem do estilo original, um pouco à maneira do norte da Europa. É dos raros edifícios portugueses a não explorar a decoração como forma de imprimir o carácter pretendido.

 Igreja de Reguengos de Monsaraz – António José Dias da Silva – Reguengos de Monsaraz. Uma das raras igrejas Neogóticas construídas em Portugal. É essencialmente uma planta basilical, com torre poligonal na fachada, contrafortes decorativos, pináculos muito simples, arcos em ogiva e alguns elementos decorativos. Existiu uma preocupação de respeitar a tradição alentejana ao se optar por um exterior branco em vez de uma total cobertura em pedra.

[editar]Principais edifícios neoárabes

Salão nobre do Palácio da Bolsa, Porto.

Existem outros exemplos, mas considera-se que os principais edifícios são os seguintes:

 Praça de Touros do Campo Pequeno – António José Dias da Silva – Lisboa. O imponente edifício rapidamente se tornou na principal praça de touros do país. Executado em tijolo vermelho, caso raro em Portugal, é constituído por torres, cúpulas em forma de bolbo, arcos em ferradura e alguns elementos decorativos. A forma circular é a dominante da construção. É ainda atualmente um dos principais equipamentos da cidade, entretanto adaptado para poder receber outro tipo de acontecimentos, sem interferir com a edificação.

 Quinta do Relógio – António Tomás da Fonseca – Sintra. Seguindo um estilo invulgar no Portugal da época, mas já utilizado no Palácio Nacional da Pena, é claramente a tentativa de criar um refúgio exótico no propício ambiente de Sintra. Composto por arcos em ferradura e cores fortes, contrasta mas integra-se no jardim. Foi classificado patrimônio da humanidade pela UNESCO no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.

Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa.

 Salão Nobre do Palácio da Bolsa/ atual Associação Comercial do Porto – Gustavo de Sousa o Salão Árabe e Joaquim Costa Lima o Edifício – Porto.

[editar]Escultura

A escultura romântica é dominada, tal como todo o estilo, pelo sentimento. Para conseguir transmitir essa ideia recorre efeitos expressivos como o dinamismo, acabamento bruto e a utilização do grupo escultórico. Os temas assumem-se como parte fundamental da estratégia de exaltar os sentimentos, representando o dramatismo da ação, o lado sentimental ou acontecimentos heróicos. Em simultâneo surge a representação da natureza, nomeadamente de animais, sem a presença humana. Em Portugal a escultura segue a corrente internacional, oscilando entre influências clássicas e uma aproximação ao Naturalismo. O fim das guerras liberais e o crescente nacionalismo são visíveis nos temas heróicos e históricos, enaltecendo as grandes figuras do passado, encaradas como exemplos e símbolos nacionais. Assim, surgem nas grandes cidades os monumentos públicos, em sintonia com a restante Europa, compostos por esculturas e relevos em pedestais monumentais. Destacam-se os seguintes monumentos:

 Camões, de Vítor Bastos – Lisboa.

 Afonso de Albuquerque, de Costa Mota Tio – Lisboa.

 D. Pedro IV, de Calmels – Porto.

 D. Pedro IV, Davioud e Robert – Lisboa.

 Restauradores, António Tomás da Fonseca, Augusto de Barros, Alberto Nunes e Simões de Almeida – Lisboa.

Uma das particularidades da escultura romântica em Portugal é a sua frequente junção com a estética naturalista. Este facto deve-se à manutenção do Romantismo, principalmente nos monumentos públicos, em simultâneo com o desenvolvimento do excelente Naturalismo em Portugal. Alguns escultores adaptam a estética naturalista às encomendas oficiais, resultando numa original fusão entre os dois estilos, perfeitamente adaptada às necessidades impostas pelo monumento. É, de novo, um ajustamento às grandes correntes estéticas internacionais, seguindo a sensibilidade nacional. Convém, ainda, referir o facto de a complicada situação portuguesa, do início do século XIX, só ter permitido os grandes monumentos públicos numa época já relativamente tarde, quando os escultores activos se interessavam, e seguiam, o Naturalismo. No entanto, o espírito romântico está presente e a qualidade da obra em nada é afectada por esta simbiose. Para correctamente compreender a escultura romântica em é fundamental conhecer o Naturalismo em Portugal.

[editar]Pintura

"A adoração dos Magos" de Domingos Sequeira.

Domingos António Sequeira, também conhecido por Domingos Sequeira, fazendo a transição do Neoclassicismo para o Romantismo, em sintonia com o que de mais moderno se fazia no continente, inicia relativamente cedo um percurso romântico, simbolizado pela desaparecida pintura "Morte de Camões" exposta em 1824, interrompido com a sua morte em 1837. Ainda no Neoclassicismo, explora várias temáticas, mostrando-se genial em todas, desde a alegoria à pintura de história, religiosa e pitoresca (cenas da vida local). No retrato também mostra uma qualidade e uma evolução notáveis, desde o primeiro classicismo até a um romantismo assumido e de grande qualidade. Se o "Retrato do Conde de Farrobo", datado de 1813, é completamente neoclássico, o "Retrato dos filhos", cerca de 1816, já se assume romântico, e o "Retrato de José Clemente de Mendonça e Mendes", feito em 1819, possui um individualismo revelador do Romantismo pleno. É fundamental uma referência ao conjunto de estudos elaborado para os retratos dos deputados da Assembleia Constituinte, elaborados cerca de 1821, onde tenta atingir o retrato psicológico individual. A sua pintura religiosa é notável. A série sobre a vida de Cristo, realizada entre 1827 e 1832, são verdadeiras obras-primas. Com um domínio magistral da luz, aproxima-se da forma difusa, apenas comparável a Rembrant e Turner. Os restantes artistas, em consequência da instabilidade vigente, só mais tarde conseguem aderir à nova estética, ao tentar ultrapassar o classicismo. Assim, considera-se que a pintura romântica portuguesa, devido à difícil conjuntura existente, se desenvolve apenas depois da vitória liberal. Deve ser encarada como uma junção de vários artistas, portugueses e estrangeiros, seguindo percursos individuais, sem formar uma "escola" baseada em princípios ideológicos claros. Esta atitude, além de curiosa e pouco habitual no Romantismo, pode ser compreendida como um reflexo da importância crescente do individualismo. Claramente afastada dos princípios académicos, desenvolve uma sensibilidade baseada na pintura de costumes populares e paisagens, quase bucólica, que de algum modo se aproxima do futuro Naturalismo, em quadros de pequenas dimensões. Destacam-se Tomás da Anunciação, João Cristino da Silva, Leonel Marques Pereira e Auguste Roquemont. Outros pintores se destacam noutro tipo de pintura. O retrato, tornou-se a especialidade do chamado Visconde de Meneses, aristocrata de nascimento, seguindo a linha dos grandes retratistas britânicos. Pintor de grande sensibilidade e talento fixa a sociedade elegante, em simultâneo com um percurso mais pessoal, baseado em cenas de costumes populares. A sua grande qualidade como retratista é inegável, como se pode ver na sua obra mais conhecida, "O retrato da Viscondessa de Meneses", de 1862, mostrando a sua esposa com um elegante vestido de corte, numa varanda com paisagem, colocando-o entre os grandes retratistas do seu tempo. Miguel Ângelo Lupi tenta vários percursos artísticos, desde os costumes à pintura de história, destacando-se também como retratista. Pintor de talento, chegou a ser nomeado professor da academia. Na pintura de história Francisco Metrass é o principal representante. Existem ainda outros artistas mas tornar-se ia exaustivo estar a nomear todos, pelo que se optou por referir apenas os principais.

[editar]Jardins

Jardins do Palácio de Monserrate em Sintra um trabalho de paisagismo elaborado pelo pintor William Stockdale com o botânicoWilliam Nevill e James Burt, mestre jardineiro.

O Jardim, chamado à inglesa, é um dos elementos indispensáveis no Romantismo. É caracterizado por um arranjo paisagístico, simulando ou melhorando a natureza, onde se integra o edifício, bem como pavilhões puramente cenográficos, falsas ruínas e/ou pagodes. Surge nesta época como reacção ao jardim geométrico, dito à francesa, de tradição barroca, tornando-se um reflexo da mentalidade romântica e do individualismo.

Em Portugal, apesar dos inúmeros exemplos, principalmente no norte do país, destaca-se o admirável conjunto de jardins românticos em Sintra. Nestes são de referir o parque do Palácio Nacional da Pena, bem como das restantes quintas históricas, das quais é indispensável assinalar Monserrate e Regaleira. Os arranjos paisagísticos, povoados de espécies exóticas vindas dos quatro continentes, integram-se no relevo da serra que, devido às características do solo e clima, desenvolvem todas as espécies de forma invulgar.

Referências

1. ↑ França, José-Augusto. História da Arte em Portugak - O Pombalismo e o Romantismo. Ano de Edição: 2004. Editorial Presença. ISBN: 9789722331548

2. ↑ Dias, Pedro. História da Arte Portuguesa no Mundo. Círculo de Leitores, Lisboa, Portugal.

[editar]Ver também

 Neoclassicismo em Portugal

 Neomanuelino

 Neogótico em Portugal

 Neoárabe em Portugal

 Neorromânico em Portugal

 Ecletismo em Portugal

 Arquitetura do Ferro em Portugal

http://www.brasilescola.com/literatura/caracteristicas-romantismo.htm

O Romantismo proclama a liberdade de criação e de expressão.

São características do Romantismo:

• Liberdade de criação e de expressão

• Nacionalismo

• Historicismo

• Medievalismo

• Tradições populares

• Individualismo, egocentrismo

• Pessimismo

• Escapismo

• Crítica social

Essas são características predominantes do movimento, mas suas tendências foram diversas.

Veja algumas tendências e seus principais temas:

* Nacionalismo, historicismo e medievalismo:

Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval.

* Valorização das fontes populares – o folclore:

Os autores buscavam inspiração nas narrativas orais e nas canções populares, manifestação do nacionalismo romântico.

* Confessionalismo

Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.

* Pessimismo

A melancolia do poeta inglês Lord Byron se faz presente em todas as literaturas, portanto há a presença do individualismo e do egocentrismo adquirem traços doentios de adaptação.

O “mal do século” ou tédio de viver conduz:

- ambiente exótico ou passado misterioso.

- narrativas fantásticas (envolvendo o sobrenatural)

- morte (como última solução)

* Crítica Social

O Romantismo pode assumir um caráter combativo de oposição e crítica social, observamos sua ocorrência na sua última fase.

As gerações românticas

Há uma nítida evolução através de três gerações de autores, cada geração é marcada por certos traços e temas.

* Primeira geração

Os primeiros autores conservavam características clássicas (apego às regras da produção literária).

Principais temas:

Em Portugal

- nacionalismo

- romance histórico

- medievalismo

No Brasil

- indianismo

* Segunda geração

Período do Ultrarromantismo: exagero pelo subjetivismo e emocionalismo (o tédio, devaneio, sonho, desejo da morte estão sempre presentes)

* Terceira geração

Essa fase antecipa características da Escola Realista, que substituirá o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo cederão lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época.

Por Marina Cabral

Graduada em Letras

Romantismo em Portugal

http://www.coladaweb.com/literatura/romantismo-em-portugal

Introdução

As novas ideologias políticas, econômicas e sociais, vieram intervir na sociedade do século XIII. A influência das revoluções francesa e industrial e do pensamento liberal se deu em todos os campos, e a própria literatura mostra essas influências. A liberdade sobrepuja as regras, a razão predomina sobre a emoção. Instaura-se um novo modo de expressão em toda a Europa e, consequentemente em Portugal.

Conceito

O Romantismo, designa uma tendência geral da vida e da arte, um certo momento delimitado. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva, subjetiva, diante das coisas. Afinal, o pensamento romântico vai muito além do que podemos ver; procura desvendar o que estamos sentindo. O Romantismo não conta, faz de conta, idealiza um universo melhor, defendendo a ideia da expressão do eu-lírico, onde prevalece o tom melancólico, falando de solidão e nostalgia.

Enfim, o ideal romântico, tenta colocar o universo que presenciamos, de forma subjetiva, sendo que a expressão do sentimentalismo não precisa obedecer a nenhuma regra, antes adorada pelos clássicos.

Introdução do Romantismo em Portugal

O advento do Romantismo em Portugal, vem apenas confirmar a diluição do Arcadismo.

Portugal, é reflexo dos dois acontecimentos que marcaram e mudaram a face da Europa na segunda metade do século XVIII: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela abolição da monarquias aristocratas e pela introdução da burguesia que então, dominara a vida política, econômica e social da época. A luta pelo trono em Portugal, se dá com veemência, gerando conturbação e desordem interna na nação.

Com isso, Almeida Garrett acaba por exilar-se na Inglaterra, onde entra em contato com a Obra de Lord Byron e Scott. Ao mesmo tempo, por estar presenciando o Romantismo inglês, envolve-se com o teatro de William Shakespeare.

Em 1825, Garrett publica a narrativa Camões, inspirando-se na epopéia Os Lusíadas. A narrativa deste autor, é uma biografia sentimental de Camões.

Este poema é considerado introdutor do Romantismo em Portugal, por apresentar características que viriam se firmar no espírito romântico: versos decassílabos brancos, vocabulário, subjetivismo, nostalgia, melancolia, e a grande combinação dos gêneros literários.

Características

O Romantismo foi encarado como uma nova maneira de se expressar, enfrentar os problemas da vida e do pensamento.

Esta escola repudiava os clássicos, opondo-se às regras e modelos, procurando a total liberdade de criação, além de defender a "impureza" dos gêneros literários. Com o domínio burguês, ocorre a profissionalização do escritor, que recebe uma remuneração para produzir a obra, enquanto o público paga para consumi-la. O escritor romântico projetava-se para dentro de si, tendo como fonte o eu-lírico, do qual fluía um diverso conteúdo sentimentalista e, muitas vezes, melancólico da vida, do amor e, às vezes, exageradamente, da própria morte. A introversão era característica essencialmente romântica.

A natureza, assim, como a mulher são importantes pontos desse momento. O homem idealizava a mulher como uma deusa, coisa divina e, com isso, retornava ao passado, no trovadorismo, onde as "madames" eram tão sonhadas e desejadas, mesmo que fossem inatingíveis. Ao procurar a mulher de seus sonhos e, então, frustrar-se por não encontrá-la ou, muitas vezes, por encontrá-la e perdê-la, o romântico entrava em constante devaneio. Para amenizar a situação, ao escrever despojava todos os seus anseios, procurando fugir da realidade, usando do escapismo, onde, não raramente, tinha a natureza como confidente. Outra forma de escapismo utilizada, era o escapismo pela obscuridade, onde buscavam o bem-estar nos ambientes fúnebres e obscuros. Essas frustrações tidas por amores ou simples desilusões com a vida, provocaram muitos suicídios. Daí a grande freqüência dos temas de morte nos poemas românticos, o que caracteriza o mal-do-século.

Retrato de senhora vestida de preto - António Ramalho

O primeiro momento do Romantismo

Como toda tendência nova, o Romantismo não veio implantar-se totalmente nos primeiros momentos em Portugal. Inicialmente, buscava-se gradativamente, apagar os modelos clássicos que ainda permeavam o meio socioeconômico. Os escritores dessa época, eram românticos em espírito, ideal e ação política e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos.

Almeida Garrett

Almeida Garrett cultivou a oratória parlamentar, o pensamento pedagógico e doutrinário, o jornalismo, a poesia, a prosa de ficção e o teatro, o qual entrou em contato com o de Shakespeare quando em exílio na Inglaterra. Teve uma vida sentimental bastante atribulada em que se sobressai o seu romance adúltero com a viscondessa da Luz, a qual inspirou seus melhores poemas.

Na poesia, assimilou os moldes clássicos e morreu sem tornar-se romântico autêntico, pois carecia do egocentrismo tão almejado pelos românticos, deixando sua fantasia no teatro e na prosa de ficção. Escreveu Camões (1825), Dona Branca (1826), Folhas Caídas (1853), Viagens na minha terra (1846), dentre outras.

Alexandre Herculano

Herculano, exilou-se na Inglaterra e na França, criando polêmica com o clero, por participar das lutas liberais. Junto com Garrett, foi um intelectual que atuou bastante nos programas de reformas da vida portuguesa.

Na ficção de Herculano, prevalece o caráter histórico dos enredos, voltados para a Idade Média, enfocando as origens de Portugal como nação. Além disso, ocorrem muitos temas de caráter religioso. Quanto à sua obra não-ficcional, os críticos consideram que renovou a historiografia, uma vez que se baseia não mais em ações individuais, mas no conflito de classes sociais para explicar a dinâmica da história.

Sua obras principais são: A harpa do crente (1838), Eurico, o presbítero (1844), dentre outras.

Castilho

Castilho, tem como principal papel traduzir poetas clássicos. Sua passagem pelo Romantismo é discreta, mesmo que tenha sido o provocador da Questão Coimbrã.

A história de Castilho é a dum grande mal-entendido: graças à cegueira, que lhe dava um falso brilho de gênio à Milton, mais do que à sua poesia, alcançou injustamente ser venerado como mestre pelos românticos menores. Não obstante válida historicamente, sua poesia caiu em compreensível esquecimento.

O sugundo momento do Romantismo

Neste momento, desfazem-se os enlaces arcádicos que ainda envolviam os escritores da época. Aqui, notamos com plena facilidade o domínio da estética e da ideologia romântica. Os escritores tomam atitudes extremas, transformando-se em românticos descabelados, caindo fatalmente no exagero, tendenciando temas soturnos e fúnebres, tudo expresso numa linguagem fácil e comunicativa.

Soares de Passos

Soares de Passos constitui a encarnação perfeita do "mal-do-século". Vivendo na própria carne os devaneios de que se nutria a fértil imaginação de tuberculoso, sua vida e sua obra espelham claramente o prazer romântico do escapismo das responsabilidades sociais da época, acabando por cair em extremo pessimismo, um incrível desalento derrotista

Obra: Poesias (1855)

Camilo Castelo Branco.

Casou-se com uma jovem de 15 anos, a quem abandonou com uma filha; em seguida raptou outra moça, sua prima, e com ela passou a viver. Acusado de bigamia, foi preso. Sua primeira esposa morreu e, logo em seguida, a filha. Abandonou a prima e viveu amores passageiros com outra jovem e com uma freira. Uma crise religiosa levou-o a ingressar num seminário, do qual desistiu. Conheceu Ana Plácido, senhora casada que seria o grande amor de sua vida. Ocorre sua primeira tentativa de suicidar-se, diante da impossibilidade de viver com ela. Mas, finalmente passaram a viver juntos o que lhes custou um processo por adultério. Ambos foram presos. Na prisão, Camilo escreveu Amor de Perdição. Absolvidos e morto o marido de Ana, se casaram. Alguns anos depois da morte de Ana, Camilo, vencido pela cegueira, acaba por suicidar-se.

Suas obras principais: Amor de salvação (1864), A queda dum anjo (1866), dentre outras.

O terceiro Momento do Romantismo

Acontece aqui, um tardio florescimento literário que corresponde ao terceiro momento do Romantismo, em fusão dos remanescentes do Ultrarromantismo. Esse período é marcado pela presença de poetas, como João de Deus, Tomás Ribeiro, Bulhão Pato, Xavier de Novais, Pinheiro Chagas e Júlio Dinis, que purificam até o extremo as características românticas.

Tomás Ribeiro mistura a influência de Castilho e de Victor Hugo, o que explica o caráter entre passadista e progressista da sua poesia.

Bulhão Pato começa ultrarromântico e evolui, através duma sátira às vezes cortante, para atitudes realistas e parnasianas.

Faustino Xavier de Novais dirigiu uma folha literária. Satirizou o Ultrarromantismo.

Manuel Pinheiro Chagas cultivou a poesia de Castilho, que motivou a Questão Coimbrã; a historiografia e a crítica literária.

João de Deus

João de Deus foi apenas poesia. Lírico de incomum vibração interior, pôs-se à margem da falsa notoriedade e dos ruídos da vida literária e manteve-se fiel até o fim a um desígnio estético e humano que lhe transcendia a vontade e a vaidade. Contemplativo por excelência, sua poesia é a dum "exilado" na terra a mirar coisas vagas e por vezes a se deixar estimular concretamente.

Júlio Dinis

Os poemas de Júlio Dinis armam-se sobre uma tese moral e teleológica, na medida em que pressupõem uma melhoria, embora remota, para a espécie humana, frontalmente contrária à desesperação e ao amoralismo cético dos ultra-românticos, numa linguagem coerente, lírica e de imediata comunicabilidade. Conduz suas histórias, sempre a um epílogo feliz, não considerando a heroína como "mulher demônio", mas sim como "mulher anjo".

Sua principal obra: As pupilas do senhor reitor

Conclusão

Compreendemos que o Romantismo, não passou de uma forma de repudiar as regras que contornavam e preenchiam o campo literário da época que, juntamente com a ideologia vigente, traziam um enorme descontentamento. Este momento em que a literatura presenciava, talvez fosse, o marco principal para a definitiva liberdade de expressão do pensamento, que viria se firma, tardiamente com o Modernismo.

Autoria: Corolina Lisboa

Veja também:

Romantismo

Origens do Romantismo na Europa

Realismo e Naturalismo

Barroco no Brasil e em Portugal

Modernismo em Portugal

Simbolismo

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